Uma casa na Estrada da Cata Preta, Vila João Ramalho, em Santo André, com água e esgoto parados a céu aberto no quintal, perturba vizinhos que não têm mais sossego devido ao medo de contrair alguma doença.

Há cerca de um mês, começou a subir água no quintal da casa de n° 426. Porém, ninguém achou que esse vazamento traria tantos problemas. A água, que a princípio era limpa, está completamente suja e cheia de larvas.

Hoje há 20 centímetros de água e esgoto no quintal da casa, onde não vive ninguém. Os antigos moradores dizem que deixaram o local por não aguentar mais a situação. Além da água suja, Josefina dos Santos Brito, que residia no local junto com o marido e duas filhas, declarou o sofrimento de cada dia. "Dormir era quase impossível. Os pernilongos estavam comendo nossas cabeças. Fora o cheiro de esgoto, que é insuportável".

Os vizinhos não sabem mais o que fazer e não têm condições de mudar de casa. Helena Veiga, vizinha, contou que já mandou o filho morar com o pai, pois ficou com medo de que ele pegasse uma doença.

Felix Rodrigues, também vizinho, contou o que já fizeram para tentar tirar a água. "Chamamos o Semasa no mínimo três vezes. Eles, de fato, estiveram aqui, mas disseram que não poderiam fazer nada pois não achavam de onde a água subia. Perguntamos, então, se eles não poderiam tirar a água e eles disseram que o caminhão que poderia fazer o serviço estava quebrado."

A dona-de-casa Estela Maia mora com a mãe e três filhas em uma casa ao lado. Ela mostrou toda sua indignação com a situação do quintal do imóvel. "Agora está chegando a época de dengue e nós estamos mais sujeitos ainda a contrair a doença por conta dessa nojeira. Imagina eu que tenho três filhas adolescentes."

Os vizinhos dizem que o proprietário têm a pretensão de demolir a casa, mas na situação em que se encontra é impossível. Primeiro é necessário tirar a água para depois demoli-la.

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que técnicos estiveram no local ontem para fazer uma vistoria e que devido à gravidade constatada, a equipe de manutenção do Semasa está trabalhando no local tentando detectar e amenizar o problema. (Supervisão de Samir Siviero)