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Estudante foi morto por
seguranças em festa rave
Henrique Munhos
Especial para o Diário
01/04/2011 | 07:53
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A Delegacia de Homicídios de Santana de Parnaíba concluiu que o estudante de Direito Erick Jhonatan Esiquiel, 20 anos, morador de Ribeirão Pires, morreu após ser espancado por cinco seguranças da American Security. O assassinato de Esiquiel aconteceu dia 27 de abril de 2008, em uma rave (festa) realizada em Pirapora do Bom Jesus.

O corpo do estudante foi encontrado três dias depois, em uma pedreira próxima ao local da festa. O jovem tinha fratura exposta na perna esquerda e ferimentos na cabeça. Foram indiciados três seguranças, um supervisor e um sócio-diretor da American Security. Segundo o delegado que cuidou do caso, Zacarias Tadros, três dos cinco indiciados têm antecedentes criminais.

Tadros não descartou a participação de outros seguranças no assassinato, e disse que a empresa também pode ser responsabilizada pelo crime. "Está em analise, mas a empresa pode responder por participação no homicídio." O delegado contou que 22 seguranças que estavam no evento tinham passagem pela polícia por crimes hediondos; um deles havia deixado o manicômio dias antes da festa.

Almir Dias Esiquiel, pai do estudante, disse que a família ficou aliviada com o resultado do inquérito.

"Foi um momento de bastante conforto para nossa família, já que suspeitávamos desde o início da participação dos seguranças na morte do meu filho. Há de ressaltar o trabalho efetivo da polícia no caso", afirma o pai.

Segundo Almir, a morte do filho, que na época cursava o 3° ano da Faculdade de Direito de São Bernardo, foi ocasionada por um motivo torpe.

"Meu filho tinha se distanciado dos amigos naquele momento e, por estar sozinho, foi ameaçado por esses seguranças, que pediram dinheiro. Como ele não tinha nada, começaram a espancá-lo." O pai afirmou que essa história foi confirmada por quatro testemunhas.

O inquérito foi encaminhado para a Justiça Criminal, que irá analisar o caso e definir as possíveis punições dos envolvidos.

Pai ajuda no trabalho de investigação

Apesar da tristeza, Almir Dias Esiquiel seguiu lutando e foi peça fundamental na investigação sobre o assassinato de seu filho. "Pelas redes sociais, fui ganhando a confiança das pessoas que estiveram na rave e consegui o depoimento de quatro testemunhas que confirmaram o espancamento", contou o pai.

Um ano depois da morte de Erick, Almir também começou a estudar Direito para poder entender o que se passava nas investigações do crime.

"Só consegui enxergar algumas coisas depois que entrei na faculdade", disse. Atualmente, o pai cursa o 2° ano de Direito na USCS (Universidade de São Municipal de Caetano do Sul).

Outra batalha do pai é pelo fim das festas rave. "Consegui o apoio maciço das pessoas das redes sociais, e queremos que essas festas que contam com o tráfico pesado de entorpecentes tenham fim. Festa é um momento de alegria, e isso fica impossível com as drogas no meio do caminho", declarou Almir.

O delegado que cuidou do caso concorda com a iniciativa do pai. "Não tenho dúvida de que esse tipo de festa tenha que acabar. É um evento sem controle, usado para o consumo de drogas. Além disso, algumas empresas colocam esse tipo de segurança para trabalhar," finalizou Tadros.




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