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Vendedores rodam ABC com carrinho de banana e mandioca
Sucena Shkrada Resk
Da Sucursal de São Caetano
01/06/2002 | 17:08
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Uma mudança de comportamento começa a ser notada nas ruas de Santo André e São Caetano. A feira chega à porta do freguês num carrinho de mão. Uma legião de autônomos percorre ruas das duas cidades com dois produtos em especial, mandioca e banana. Em alguns casos, há como opção adicional, legumes fresquinhos. Daí o pedido é pesado em uma balança rudimentar e os compradores regulares se dizem satisfeitos em economizar tempo e sola de sapato.

Já do lado dos vendedores, o esforço é redobrado. Em média, eles carregam 80 kg de mercadoria por ruas acidentadas, com uma jornada que pode superar oito horas diárias. A arrecadação é como uma loteria. “Tem dia que a gente não vende nada e, nos melhores, o lucro pode chegar até a R$ 30”, conta o ex-metalúrgico Airton Barbosa da Silva, 38 anos, da Vila João Ramalho, em Santo André.

“Somos sete. Por volta das 3h30, compramos a mandioca de um produtor que é de Capela do Alto, perto de Sorocaba, e os legumes de um sacolão. Às 8h, já estamos a postos para trabalhar”, explicou.

A professora aposentada do bairro Barcelona, em São Caetano, Maria Tereza Trevelim, 67 anos, tornou-se freguesa assídua de Silva. “É mais prático para a gente porque a mercadoria é boa e não é preciso sair de casa para comprá-la”, disse.

Jefferson Ribeiro de Araújo, 18, da Vila Palmares, em Santo André, também atende a sua clientela no bairro. “Faz um ano, que estou nessa vida. Prefiro fazer isso para comprar as minhas coisas do que ficar sem fazer nada.”

Segundo o Departamento de Vigilância Sanitária de São Caetano, não existe uma legislação específica para atuar na fiscalização desse comércio. A orientação aos consumidores é verificar a origem dos produtos e as características externas, como pontos podres ou que exalam odor desagradável.




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