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Índices criminais recuam
no Grande ABC em 2010
Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
01/02/2011 | 07:11
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Os cinco índices criminais divulgados ontem pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado de São Paulo) mostram queda da violência no Grande ABC, se levada em conta a soma dos números das sete cidades na comparação das ocorrências policiais entre 2009 e 2010.

O principal recuo foi nos casos de homicídios dolosos - quando há intenção de matar: -16,6%. Nesse quesito, apenas Diadema não tem nada a comemorar, já que foi a única cidade a computar acréscimo (42%), passando de 57 para 81 mortes.

Apesar da diminuição no número de assassinatos em seu território (-31%), Ribeirão Pires ainda fica com 17,69 mortes por 100 mil habitantes e desperta preocupação com relação a furtos e roubos de veículos, que tiveram acréscimo de 55,5% e 34,2%, respectivamente.

Para o tenente-coronel Antonio David Vela, comandante interino da Polícia Militar na região, a ação conjunta entre as forças de Segurança foram responsáveis para o declínio geral nas estatísticas criminais. "Ações conjuntas entre as polícias Militar e Civil, com apoio das guardas civis municipais e a participação, inclusive, da sociedade, têm auxiliado para a queda desses números", afirmou.

Outro ponto ressaltado pelo tenente-coronel são as operações da polícia denominadas Força Total, que acontecem quase todo fim de semana.

O delegado seccional de São Bernardo e São Caetano, Rafael Rabinovici, também atribuiu às ações integradas a queda nos números da violência. "A gente, da Polícia Civil, tem atuado firmemente para investigar, identificar e prender os autores de crimes, enquanto a Polícia Militar segue com o objetivo de repressão à criminalidade."

Ao assumir a Secretaria da Segurança Pública, em março de 2009, o secretário Antonio Ferreira Pinto destacou que uma de suas metas seria o combate aos crimes contra o patrimônio. Pelo menos na região, esses números têm respondido a contento, com diminuição mais relevante nos casos de roubo, em torno de 13%.

Três cidades têm padrão ONU em homicídios

A região apresenta situação ambígua na comparação dos números de assassinatos ocorridos no ano passado com relação a 2009.

Considerada uma das principais armas de combate a esse tipo de crime, a Lei Seca - fechamento de bares após as 23h - é aplicada em apenas duas cidades do Grande ABC: Mauá e Diadema. Enquanto uma corta as ocorrências pela metade (Mauá, com -51%), a outra vê a situação fugir do controle (Diadema, com aumento de 42%).

A queda no número de homicídios dolosos coloca Mauá dentro dos padrões estabelecidos como normais pela ONU (Organização das Nações Unidas), através da OMS (Organização Mundial da Saúde), que estipula dez mortes anuais para cada 100 mil habitantes como limite. Além de Mauá (7,91), obedecem a esse quesito São Bernardo (8,89) e São Caetano (2,01) - Rio Grande não atinge essa medição pelo índice populacional.

Santo André se aproxima da meta, com 11,57 mortes violentas para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto Ribeirão Pires (17,69) e Diadema (20,98) estão longe do ideal e até mesmo da média do Estado, que é de 10,4. Sendo assim, as três cidades da região permanecem na zona considerada de "epidemia de assassinatos".

O comandante da Polícia Militar em Diadema, coronel Luiz Ernesto Melchior, atribui a crimes passionais o aumento do índice de homicídios dolosos na cidade. "É um crime muito difícil de se prevenir. Geralmente acontecem dentro das residências."

O delegado seccional de São Bernardo e São Caetano, Rafael Rabinovici, atribui a diminuição desse tipo de ocorrência nos municípios sob sua jurisdição à intensificação nas blitze para apreensão de armas e à identificação dos autores dos homicídios. "Antes de cometer um crime, a pessoa deve pensar que pode mesmo ser presa."

Santo André tem recuo no roubo de veículos

Os números de furtos e roubos de veículos sempre foram problema para quem mora em Santo André, que, inclusive, sente no bolso quando fecha um plano de seguro. Porém, em 2010, o índice de roubos de veículos caiu 19,8% na cidade. Em contrapartida, os casos de furto registraram pequena alta, de 1,75%.

Na contramão aparece Ribeirão Pires, município da região que teve maior aumento percentual destas modalidades de ocorrência (43% em furtos e 34% em roubos).

O comandante interino da Polícia Militar na região, tenente-coronel Antonio David Vela, não descarta a existência de uma mesma quadrilha especializada atuando na cidade. "É algo que precisa ser investigado", disse o policial, que comandou o 30º Batalhão até 2009 e que era responsável pela atuação da corporação em Ribeirão Pires.

Mesmo sem registrar aumento significativo nos roubos e furtos de veículos, o delegado seccional de São Bernardo e São Caetano, Rafael Rabinovici, se disse preocupado com os índices. "A gente combate o tráfico de drogas e eles migram para o furto e roubo de veículos, que é o jeito mais rápido de conseguir dinheiro. Carros que custam R$ 80 mil são vendidos por até R$ 2.000", revelou.




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