Cultura & Lazer Titulo
‘A Bolsinha Mágica’ discute papel da mulher e repressão
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
16/03/2001 | 20:13
Compartilhar notícia


A condição feminina na sociedade, prostituição social, repressão política e metalinguagem. Tudo isso na comédia A Bolsinha Mágica de Marly Emboaba, escrita por Carlos Queiroz Telles no início dos anos 70, que fica em cartaz somente neste sábado no Teatro Municipal de Santo André. A direção é de Maximiliana Reis. Além dela, Alex André e Fausto Crispim compõem o elenco.

O espetáculo começa com um exercício de metalinguagem. Um dramaturgo (André) e uma atriz (Maximiliana) estão discutindo a montagem de uma peça. A fim de atualizar o texto, Maximiliana alterou a temática essencialmente política abordada por Telles.

“Citamos o que acontecia durante a ditadura militar naquela época, é importante para não perdermos de vista a história, mas estamos debatendo hoje o moralismo, o machismo, os padrões impostos às mulheres”, afirma a diretora.

Marly (Maximiliana) é uma professora do interior que se apaixona pelo filho do prefeito (Crispim). Eles moram em Ourinhos. “Perde a virgindade e acaba massacrada pelo fuxico da cidade”, conta a diretora. Resolve, então, fugir para São Paulo.

Na capital, ela vira prostituta. “Por opção”, esclarece a diretora. Torna-se informante da polícia e recebe uma proposta de casamento do delegado (André). Marly agora está dividida entre a liberdade e uma posição na sociedade. Aqui entra a discussão sobre a prostituição social. “Há muita gente que tem uma profissão que não gosta por causa do dinheiro”, explica Maximiliana. A iluminação, de Roberto Silva, sugere todos os ambientes que o texto pede.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;