Cultura & Lazer Titulo Rumo diferente
Orquestra Philarmônica
São Paulo assume popular

Formação regida pelo maestro andreense Solielson Goethe
irá se apresentar com cantor sertanejo Daniel na sexta-feira

Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
31/10/2011 | 08:47
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Na próxima sexta a Orquestra Philarmônica São Paulo dá o primeiro passo em direção há muito pretendida pelo seu diretor artístico, o maestro andreense Solielson Goethe, de aproximar a linguagem sinfônica do público. Sob a batuta do regente e ao lado do cantor Daniel, que lançou recentemente o álbum Pra Ser Feliz, os 66 músicos se apresentam na Via Funchal, em São Paulo. O show/concerto se concentra no repertório do intérprete, que varia entre o sertanejo da época em que fazia dupla com João Paulo até o romântico de hoje.

"Na criação da orquestra (em 2003) eu já tinha ideia de fazer parcerias com nomes do gênero popular de maneira a dar uma roupagem sinfônica a músicas já conhecidas pelo público", afirma Goethe. "E essa oportunidade é inédita para nós", comemora.

Os ensaios começam hoje e trabalharão sobre os arranjos do compositor Rodrigo Morte (da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo). A lista de canções deve contemplar diversos aspectos da carreira de Daniel. Entre as releituras feitas em conjunto com a Philarmônica São Paulo, estão desde a música homônima ao álbum Pra Ser Feliz, Disparada, moda de viola de Geraldo Vandré que dividiu com A Banda, de Chico Buarque, o prêmio do Festival da Record de 1966 e até uma versão de Esperança (trilha de abertura da novela de mesmo nome, exibida entre 2002 e 2003).

"Para os músicos, é bastante desafiante criar a partir de temas populares como esses, que não fazem parte do dia a dia do músico de orquestra. O público vai ficar encantado", aposta Goethe, que considera este o piloto de outros concertos do gênero, embora ainda não tenha confirmados novas apresentações do gênero em curto prazo.

"Mas é um projeto super importante porque é uma maneira nos aproximarmos do público. Daquele que tem receio de não ter roupas para ir a um concerto. Como músicos, deixamos de esperar que as pessoas venham até nós e fomos procurá-las", define o maestro.

CURRÍCULO - Aos 38 anos, Solinelson Goethe não é só o diretor artístico da Philarmônica São Paulo como também o idealizador da formação.

A orquestra não conta com incentivo público de nenhuma espécie e tem de batalhar por patrocínio para conseguir fazer apresentações pontuais.

A carreira do maestro começou de forma autodidata aqui mesmo na região: chegou a ser integrante da Banda Lira de Santo André, uma das formações mais antigas do País, formada em 1918. Saxofonista e tubista posteriormente, formou-se em regência orquestral na Universidade de Concepción, no Chile. Além do país sul-americano, Goethe regeu como convidado em orquestras no México, Polônia e Rússia. Foi também o titular da Orquestra Sinfônica Jovem de São Bernardo entre 2006 e 2007.

Daniel e Orquestra Philarmônica São Paulo - Show Sexta, às 22h. Na Via Funchal - Rua Funchal, 65 Vila Olímpia, São Paulo. Tel.: 3044-2727. Ingr.: de R$ 80 (mezanino lateral) a R$ 250 (plateia VIP).




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