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Placas transformam qualquer um em diretor de cinema
Landa Xavier Moino
Do Diário do Grande ABC
26/03/2001 | 18:29
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Antes da geração de processadores Pentium, o uso de microcomputadores na edição de imagens de vídeo era algo simplesmente inimaginável. Os profissionais que trabalhavam nessa área, se quisessem experimentar as vantagens da tecnologia digital, eram obrigados a lançar mão de equipamentos e softwares caríssimos. As ferramentas mais sofisticadas ultrapassavam facilmente a casa dos US$ 500 mil ou até mais do que isso e, assim, somente as empresas de cinema e publicidade podiam investir nessa tecnologia.

Mas, atualmente, por meio de microcomputadores mais avançados, qualquer consumidor que deseja editar arquivos domésticos pode fazê-lo sem maior dificuldade, convertendo até imagens do formato VHS para AVI. Isso se tornou possível graças ao lançamento das placas de captura de vídeo que, além de trazerem o sinal de TV para a área de trabalho do Windows, operam com softwares de edição de imagens, que permitem até mesmo a edição de um filme frame por frame.

Com essas placas, as filmagens do aniversário da tia ou do batizado do irmão caçula podem se tornar menos cansativas, mais interessantes e bem atrativas durante as reuniões de família. Nos softwares de edição, o usuário pode, por exemplo, colocar créditos em seu vídeo, além de adicionar trilhas sonoras e outros requintes que antes só eram permitidos aos profissionais.

Esses vídeos ficam no disco rígido. Entretanto, a maioria das placas de captura conta com saídas para que possam ser gravados também em uma fita e até mesmo em DVD. Durante esse processo, porém, é importante ressaltar que existem vários padrões de sistemas de vídeo. Para se ter uma idéia, nos Estados Unidos o padrão é o NTCS e em vários países da Europa, o PAL. No Brasil, as placas operam no sistema PAL-M — no entanto, todas as placas disponíveis no país também funcionam no sistema norte-americano.

De acordo com Sidney dos Anjos, consultor em informática e sócio-proprietário da Guide Pessoas, Processo e Tecnologia, de São Paulo, as placas são flexíveis e essas configurações podem ser alteradas sem problemas. “Nesse sentido, as placas são basicamente iguais. A preocupação maior deve ser em relação aos computadores, que devem ser compatíveis”, afirma. “Em processadores lentos e discos rígidos de baixo desempenho, por exemplo, há a necessidade de operar com baixa resolução e baixa taxa de quadros (frames), o que alivia a continuidade dos movimentos.”

Segundo Anjos, para a instalação de uma placa de captura de vídeo e edição de imagens é recomendado que o equipamento seja – no mínimo – um Pentium com 200 MHz, com 32 MB de RAM e HD com 2 GB livres. “Menos do que isso, a imagem perde qualidade e há lentidão no micro.”

A instalação de uma placa é muito simples. Conforme explicação do consultor, de posse do manual, o usuário abre o computador e faz a conexão na placa-mãe. Ao ser ligado, o micro detecta a placa. Após essa etapa, basta colocar o CD-ROM para que os drives sejam instalados e depois reiniciar a máquina. “Há também vários equipamentos externos no mercado, mas esses eu não recomendo.”

O estudante de ciências contábeis João Victor Cunha de Medeiros, de São Paulo, no entanto, tem instalado em seu computador (um AMD de 200 MHz, com 1 GB de espaço livre no HD) uma placa Studio PCTV, produzida pela Pinnacle Systems, que não precisa de conexão interna com a placa de vídeo, bastando apenas ser conectada por cabo na porta USB. Segundo ele, que tem como hobby transformar os filmes dos vizinhos e amigos em “vídeos profissionais”, o produto atendeu a todas as suas expectativas. “Depois que instalei a placa de captura em meu micro até pensei em deixar a faculdade e mudar de ramo”, revela. “É muito interessante, por exemplo, dar um toque pessoal às fitas com os recursos de poder recortar, colar e sonorizar as imagens e, melhor, sem ter que pagar caro por isso”, diz, referindo-se ao preço cobrado pelos profissionais da área.

O tecnólogo em prótese dentária e professor da Universidade Metodista, Anderson Perez Zanata, de Santo André, por sua vez, utiliza a placa de captura de vídeo que comprou há um ano para fins profissionais. Proprietário de um Pentium III 500 MHz, com 32 MB de RAM, ele usa a filmadora da faculdade para gravar imagens e, depois de editá-las, passa para CDs e leva à sala de aula. “Essa já é a segunda placa de captura que tenho. Quando comprei, só pensava em lazer, não imaginava em utilizá-la para trabalho. Entretanto, percebi que isso facilita as minhas atividades profissionais, tornando a relação custo-benefício bem satisfatória”, afirma. “Adoro as facilidades da tecnologia. Faço do meu computador um home teather.”

As placas de captura de vídeo para uso doméstico podem variar de R$ 180 a R$ 600, dependendo dos recursos que o consumidor precisar.




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