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Greve da CPTM gera caos na região

Sindicato dos Ferroviários retoma atividades à
tarde, mas mantém estado de greve até o dia 11

Daniel Macário
Nelson Donato
04/06/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Caos, trânsito e usuários aglomerados em frente a estações de trens e pontos de ônibus da região. Esse foi o resultado da paralisação da Linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que ocorreu ontem até o início da tarde. A operação das linhas, que foi retomada a partir das 16h, afetou cerca de 500 mil usuários em toda a Grande São Paulo.

Segundo o Sindicato dos Ferroviários, os trens funcionam normalmente, mas o estado de greve continua até o dia 11, quando a categoria realiza reunião de conciliação com a CPTM no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) a fim de definir o reajuste. “Em respeito aos usuários decidimos voltar a operar normalmente. Entretanto, acredito que alcançamos nosso objetivo de conscientizar a companhia sobre a importância da campanha”, afirmou o presidente do sindicato, Eluiz Alves de Matos. De acordo com ele, o estado de greve permanece até o fim das negociações.

Ontem, a paralisação atingiu 100% a circulação nas linhas 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana). Já a Linhas 7-Rubi (Luz-Francisco Morato-Jundiaí) e 11-Coral (Luz-Guaianazes-Estudantes) operaram de forma parcial.

No Grande ABC, o cenário era de desespero para muitos trabalhadores que dependem do serviço. Em Mauá, usuários aguardavam com esperança o retorno do serviço na frente da estação de trem.

Já em São Caetano, passageiros foram obrigados a remanejar horários. Foi o caso da assessora de vistoria Thainá Dias, 19 anos, que trabalha em São Bernardo. “Já avisei meu chefe que irei atrasar pelo menos 40 minutos.”

O eletricista Romário Lopes Fernandes, 26, que faz graduação na Sé, em São Paulo, aguardava ansioso a carona de amigo. “Vou chegar atrasado e logo hoje terei que entregar um trabalho.” Para ele, a falta de união dos funcionários do transporte público é o principal motivo das negociações prolongadas.

Na estação de Santo André, foi feito cordão de isolamento para evitar possíveis depredações. Policiais militares faziam a segurança do local.

Para atender parte da demanda da CPTM, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) acrescentou 152 veículos às linhas de maior movimento, 35 deles na região.

Como reflexo, as principais vias da região apresentaram congestionamento anormal, segundo as prefeituras. Mauá, por exemplo, teve aumento de 37% na quantidade de veículos em circulação. Já em Santo André, o fluxo de carros ficou intenso na Avenida Dom Pedro II, sentido São Caetano, e na Avenida dos Estados.

Na última reunião com a categoria, a CPTM fez duas propostas: a primeira de conceder reajuste de 7,72% nos salários e de 10% nos benefícios e, a segunda, de aumento de 8,25% nos salários e benefícios. Os trabalhadores pedem 9,29%, A inflação acumulada desde o último reajuste, em maio de 2014, foi de 6,65%, segundo o IPC/Fipe.

Companhia diz que paralisação dos ferroviários foi ‘irresponsável’

De acordo com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a paralisação por parte dos ferroviários, que prejudicou diversos usuários ontem, foi uma “decisão irresponsável”. A companhia afirmou que irá tomar as medidas cabíveis em relação ao descumprimento da liminar.

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) havia determinado o contingente de 90% do efetivo de maquinistas em horário de pico e de 70% dos empregados das demais atividades em caso de greve.

Segundo o presidente do sindicato, Eluiz Alves de Matos, a determinação foi seguida. “A liminar era para todo o quadro de funcionários e não por linha. Portanto, seguimos a determinação. Além disso, ninguém nos procurou para definir essa porcentagem.”  




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