Para a populaçao da regiao, a única maneira de obter os benefícios do aparelho, hoje imprescindível para o diagnóstico de tumores e para a visualizaçao de acidentes vasculares ou traumatismos neurológicos, é enfrentar a fila e procurar atendimento em hospitais da Grande Sao Paulo.

Inaugurado no ano passado no Hospital de Ensino Anchieta, em Sao Bernardo, o único tomógrafo da rede pública de saúde da regiao atende apenas moradores de Sao Bernardo.

O vice-presidente da Associaçao de Hospitais da regiao, Carlos Henrique Assef, admite que a regiao conta com aparelhos acima da necessidade, em grande parte com alta ociosidade. Mas nao vê qualquer possibilidade de a rede privada realizar os exames para a rede pública.

Segundo Assef, proprietário do Hospital Ribeirao Pires, o SUS paga apenas R$ 150 por exame, enquanto que o custo de um exame em tomógrafo é de R$ 250, em média, sem contar mais R$ 200 em anestesia, líquidos contrastantes e outros materiais necessários ao exame. "O SUS paga mal", afirmou o empresário.

Alas vazias - O mesmo raciocínio permite ao dirigente afirmar que, para a maioria dos empresários do setor, é muito melhor fechar alas inteiras de um hospital do que prestar serviços à rede pública. Assef admite que a ociosidade dos hospitais está entre 30% e 50% devido à grande queda no número de segurados nos planos de saúde. Mais ou menos o que está faltando para a rede pública.

A exemplo do que ocorre nos tomógrafos, a regiao conta com três aparelhos de ressonância magnética, todos eles no setor privado. Para a populaçao, resta a procura de exames em Sao Paulo. No caso do ultra-som, disponível na rede pública, a fila para um exame pode demorar meses.