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Sotaque nordestino nas telonas
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
06/10/2009 | 07:00
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Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 20% da população do Grande ABC tem origem em algum Estado da região Nordeste, o que equivale a 500 mil pessoas. Pois a representação da cultura dessa região nas telonas é o tema da "Mostra de Cinema Nordestino", que a Secretaria Municipal de Cultura de São Caetano abre hoje no Teatro Santos Dumont. A entrada é franca e o horário de exibição é 20h.

O ciclo é composto por três filmes produzidos recentemente. O primeiro é a comédia romântica "Lisbela e o Prisioneiro" (2003), dirigida por Guel Arraes. O roteiro é uma adaptação para o espetáculo teatral homônimo do pernambucano Osman Lins (1924-1978). O texto é de 1964 e já havia sido tema de um especial de TV na Globo nos anos 1990.

A trama, ambientada em uma pequena cidade, gira em torno da romântica mocinha Lisbela (Débora Falabella), a filha do delegado. Ela leva uma vidinha simples e mantém um noivado com Douglas (Bruno Garcia), que, embora pernambucano, tem a mania de falar com sotaque carioca. Sua fuga preferida são as sessões de cinema.

O destino da menina muda quando chega à vila Leléu (Selton Mello), um malandro que viaja o interior aplicando pequenos golpes e seduzindo mulheres. O encantamento entre o casal é imediato, mas a conquista anterior de Leléu, Inaura (Virgínia Cavendish), acaba por trazer mais dor de cabeça do que o esperado. A mulher é casada com um matador (Marco Nanini), que descobre a traição e parte para a vingança.

A próxima atração, em cartaz na quinta-feira (8) também é uma produção de Arraes, filmada anos antes e exibido pela Globo em formato de minissérie. No elenco, muitos nomes presentes em Lisbela, como o próprio Mello, Virgínia, Garcia e Nanini. Baseado em texto de Ariano Suassuna, "Auto da Compadecida" conta a história dos amigos Chicó (Mello) e João Grilo (Matheus Nachtergaele), que sobrevive graças a pequenos bicos e, principalmente, à esperteza do segundo. A filme acompanha a estada da dupla na padaria de Eurico (Diego Vilela), a luta de Chicó pelo amor de Rosinha (Virgínia) e até o encontro de João Grilo com Nossa Senhora (Fernanda Montenegro) e o diabo (Luís Mello).

O filme de encerramento da mostra, no domingo (11), é "Deus é Brasileiro" (2003) dirigido por Cacá Diegues. A base do roteiro é o conto "O Santo que não Acreditava em Deus", do baiano João Ubaldo Ribeiro. Antonio Fagundes é a forma humana do Todo Poderoso, decidido a tirar férias depois de tantas trapalhadas da humanidade. Para tanto, resolve procurar um substituto no interior. O pescador Taoca (Wagner Moura) é seu guia.




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