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Escotismo conquista adeptos na região
Christiano Carvalho
Do Diário do Grande ABC
01/12/2001 | 15:55
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“Sempre alerta.” A frase, pronunciada sempre com a mão direita junto à cabeça, é uma das marcas do escotismo, movimento que conta com cerca de 2 mil integrantes em 23 grupos só na região. Segundo estimativa da UEB (União dos Escoteiros do Brasil), em todo o país há mais de 70 mil jovens – de 7 a 21 anos – em mil grupos de escoteiros e 40 mil voluntários adultos, responsáveis por auxiliar e coordenar as atividades.

“Nos últimos 20 anos, o escotismo duplicou seu contingente mundial nos países em desenvolvimento, pois é um excelente meio de formação da juventude e tem um custo barato em relação a outras atividades”, disse Rodrigo Castilho de Biasi, 24 anos, executivo de marketing da UEB, entidade que representa oficialmente no Brasil a Organização Mundial do Movimento Escoteiro, que reúne mais de 28 milhões de membros em 146 países. Expansão semelhante foi verificada no Grande ABC, que em 1991 tinha apenas 13 grupos, com cerca de 1,2 mil jovens. Em todo o Brasil, a projeção é que o número de adeptos do movimento aumente de 5% a 10% a cada ano. Uma das explicações para esse crescimento pode ser o fato de o escotismo estar menos elitizado do que há 30 anos. “Há muitos escoteiros de classes mais baixas. E, além disso, os grupos têm esquema de apoio para as famílias carentes”, afirmou João Roberto Andriani da Cunha, diretor do Pólo de Desenvolvimento do Escotismo Borda do Campo, que representa a UEB na região.

O tradicional sinal de continência dos escoteiros deve ser feito com os três dedos do meio juntos, que representam cada um dos pilares que sustentam o escotismo: os deveres para com Deus, com o próximo e a pátria, e para consigo mesmo. Nesse contexto da valorização do ser humano, insere-se a idéia de trabalho voluntário. De acordo com Biasi, em todo o Estado de São Paulo, mais de 5 mil pessoas com mais de 21 anos doam de cinco a dez horas por semana para atuar como chefes e assistentes dos grupos.

As reuniões acontecem geralmente aos fins de semana na sede do respectivo grupo, onde os escoteiros participam de brincadeiras e palestras e aprendem trabalhos manuais, como montar barracas, e a prestar primeiros socorros. Acampamentos e outras atividades externas também são realizadas com freqüência.

Entre as crianças e adolescentes o ingresso em um grupo de escoteiros se dá em muitos casos por influência da família e de amigos. “O jovem precisa vir por vontade própria, nunca obrigado pelos pais”, alerta Cunha. “Eles (pais) tinham deixado de participar do grupo, mas voltaram quando entrei”, diz a lobinha Renata Sanches Buso, 10 anos, do Grupo Escoteiro Tibiriçá, de São Bernardo. Para Lenita Marcoccia Silva, 14, um dos principais atrativos de ser escoteira é a oportunidade de conhecer colegas de outros lugares do país e do mundo. “Sempre troco e-mails com escoteiros de outros grupos.” Há quatro anos no grupo Caoquira, também de São Bernardo, ela diz que passou a praticar boas ações no dia-a-dia. “Escotismo não é só acampar. Uma das conseqüências do programa é o exercício da liderança”, concluiu Biasi.




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