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Alunos da rede municipal voltam às aulas sem uniforme
Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
27/01/2010 | 07:47
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Alunos de parte da rede municipal do Grande ABC vão assistir às primeiras aulas do ano letivo sem o uniforme escolar. Enquanto o retorno das férias está previsto para acontecer entre o início de fevereiro e o dia 10, as roupas dos estudantes só devem chegar às escolas públicas de São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires na primeira semana de março.

A situação é mais preocupante para os pais de Santo André. A Prefeitura não tem previsão para entregar os uniformes aos cerca de 27 mil estudantes da rede municipal. São Bernardo promete começar a distribuição das roupas dia 9, quando voltam as aulas. Questionadas sobre a distribuição dos uniformes anteontem, Mauá e Rio Grande da Serra não responderam ao Diário.

Pais de alunos temem que se repita o ocorrido em 2009. Como os uniformes não chegaram em Santo André, São Bernardo e Mauá até 13 de novembro, os jovens iam à escola com roupas comuns (veja mais ao lado). "O uniforme é uma segurança para eles e para nós", afirma a dona de casa Marisa Lemucchi, 42, cuja filha cursa 2ª série do Ensino Fundamental da Emeif José Rezende da Silva, em Mauá.

Um problema com a licitação é a justificativa dada pela Secretaria de Educação e Formação Profissional de Santo André para a demora. O documento começou a ser elaborado em março de 2009, mas ainda não ficou pronto. "Cada item teve de ser descrito em detalhes, inclusive tamanhos com respectivas medidas", afirma a Pasta, em nota. "Não há como prever a conclusão (da licitação), pois se trata de compra de grande monta."

Na tentativa de evitar este tipo de atraso, a Prefeitura de São Caetano mudou a forma de aquisição dos uniformes neste ano. A administração preparou um decreto "para que o município possa realizar uma ata de registro de preço", processo que deve ser concluído em março. As aulas começam dia 1° na cidade, para 26 mil estudantes.

Em Diadema, as férias terminam dia 8. A licitação para compra das roupas foi feita ano passado, segundo a Prefeitura, que pretende distribuir ainda material escolar para seus cerca de 30 mil estudantes. Em Ribeirão Pires, as aulas voltam dia 4 para quase 7.000 alunos, que também devem receber material escolar.

Kits escolares não foram entregues em 3 cidades em 2009

As férias de dezembro chegaram antes dos uniformes escolares, ano passado, para os alunos da rede municipal em Santo André, São Bernardo e Mauá.

As demais cidades do Grande ABC distribuíram os kits ao longo do ano, como mostrou reportagem publicada pelo Diário em 13 de novembro de 2009.

Em Diadema, a entrega das roupas ocorreu entre abril e maio. Os alunos de São Caetano receberam os kits escolares no fim do primeiro semestre. A Prefeitura de Ribeirão Pires fez a distribuição em agosto. Já Rio Grande da Serra não disponibilizou uniformes aos estudantes ano passado. TD

Cansada de esperar, mãe comprou a roupa

A dona de casa Maria Aparecida Raineri, 49 anos, cansou de esperar pela entrega do uniforme da filha Samira, 7, prometida pela Prefeitura de Santo André para o ano passado, e gastou entre R$ 40 e R$ 50 com o conjunto de roupa.

"Como eles (a Prefeitura) não conseguiram entregar, não cobravam que as crianças fossem com o uniforme. Elas não eram obrigadas a ir com ele, mas eu acho melhor. É mais prático e mais seguro", opina Maria.

O conjunto adquirido pela dona de casa é formado por bermuda, agasalho e camiseta, feito por uma confecção que seria credenciada pela Prefeitura. Os anúncios de empresas que vendem as roupas são encontrados dentro das próprias escolas.

Alguns pais argumentam que as crianças correm risco de se perderem, principalmente durante o trajeto de volta para casa e as excursões, pois o uso do uniforme deixou de ser obrigatório.

"Quando todo mundo usa, e você vê uma criança sozinha, fora do grupo, é mais fácil de identificar", diz a dona de casa Flávia Lopes Pereira, 31, cuja filha concluiu a 4ª série na Emeif Elizabete de Leonardi, na Vila Guarani, também em Santo André.

O pintor Sinclair Faria Fernandes, 40, afirma que o uniforme ajuda a identificar as companhias do filho Douglas, 9, que também estuda na Vila Guarani. "É melhor porque você vê aqueles meninos com a roupa igual e sabe que são todos da escola. É mais seguro. A gente fica tranquilo", afirma.




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