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“As pessoas que têm feito prova nessa escola (Borba Gato) têm feito o visto confere aqui e ele tem sido assinado pela Edna Luís, supervisora que inspeciona o Borba Gato)”, afirmou o funcionário à reportagem do Diário, pensando dar informações a um aluno que havia acabado de tirar o diploma.
Alberto ainda explicou a importância do visto confere para validar o certificado. “O visto confere é o que legaliza o documento perante à faculdade e ao MEC (Ministério de Educação e Cultura). Se você vai fazer uma faculdade, eles exigem o visto confere para ver se ele é autêntico, e a delegacia tem feito o visto confere para o Borba Gato”, afirmou.
Sobre as denúncias de facilidades para realizar as provas – como cola e ajuda dos professores, atestadas pelo Diário – Alberto também as rechaçou. “A Edna faz visita todas as semanas a essa escola”, disse o funcionário. “Na verdadeira concepção da palavra, isso não vai dar em nada, pode vir aqui amanhã que eu dou o visto confere para você”, afirmou.
No sábado, a administradora do colégio Borba Gato, Fátima Ali Khalil, 28 anos, e o proprietário do colégio ITE de Santo André, Celso Milan, se apoiaram no parecer da diretoria regional Sul-1 para garantir a validade do curso. “Pergunta para a Edna que ela vai até explicar tudo”, afirmou Fátima.
Quase que simultaneamente às informações passadas pelo funcionário à tarde, a secretária Rose Neubaeur confirmava em entrevista concedida à reportagem em seu gabinete que o diploma expedido pela Escola Borba Gato não é reconhecido pela secretaria e que a instituição só está funcionando por força de um mandado de segurança e de uma liminar concedidos pela Justiça. “Eles estão vendendo uma coisa que não têm direito de vender. A secretaria já denunciou o caso à Promotoria e ao Ministério Público. Ela (Escola Borba Gato) não cumpre nada dos pré-requisitos para dar educação à distância.”
Além disso, a secretária afirmou que uma regulamentação do Conselho Federal de Educação editada no fim do ano passado estabelece que apenas as instituições credenciadas pelo Conselho Estadual de Educação podem aplicar exames dos cursos de ensino à distância. No Estado de São Paulo são apenas três: Enem, Sesi/Senai e Fundação Bradesco.
Após ser informada pela reportagem das declarações do funcionário da Diretoria Regional Sul-1, a assessoria de imprensa da secretaria informou que será aberta uma sindicância para apurar a denúncia.
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