Conhecido por seu papel de mensageiro, um pombo entrou para a vida do crime em Mauá. A ave foi apreendida por agentes penitenciários do CDP (Centro de Detenção Provisória) do município na segunda-feira, ao tentar levar para a unidade um celular e um cabo USB amarrados em espécie de mochila improvisada, presa às costas.

“A ave meliante foi levada para interrogatório, mas se recusou a dar informações sobre seus comparsas. Afirmou que era um pombo e não um papagaio”, disse, em tom de brincadeira, um dos agentes.
Integrante da diretoria da Federação Paulista de Columbofilia, Gilberto Antônio Fernandes afirma que a probabilidade de o pombo usado na ação ter sido criado no presídio é grande. “Essas aves têm o instinto de voltar para onde nasceram. Apenas uma em 1.000 faria o trajeto que esta fez sem que tivesse recebido treinamento de alguém de dentro da unidade prisional.”

Fernandes também explica que para evitar situações como esta, quem deseja adquirir esses animais precisa preencher fichas de inscrições e pagar anuidade. “As medidas são tomadas para preservação dos pombos. Não podemos vendê-los para qualquer um.”

O animal foi encaminhado para o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Santo André. Seu destino, porém, não foi informado pelo órgão. Já o celular e o cabo USB foram encaminhados ao 2º DP (Parque das Américas) de Mauá.

Esta é a segunda vez em menos de um ano que pombos são flagrados tentando levar celulares para a unidade. O primeiro caso foi em dezembro e o aparelho, com uma bateria e dois chips, também estava acondicionado em mochilas de tecido presas à ave.