A quarta semana de coleta e análise preliminar da água da Represa Billings, proposta por expedição idealizada pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano), evidenciou algo já sabido pelos especialistas: que o reservatório apresenta melhores condições nos locais próximos à vegetação e longe de ocupações irregulares. Durante os dias 20 e 24 de abril, o ecoesportista Dan Robson percorreu 29 pontos da represa, espalhados pela Zona Sul da Capital e pequeno trecho de São Bernardo.

O laudo divulgado pela equipe gerenciada pela bióloga e professora da USCS Marta Ângela Marcondes destaca que os 23 pontos de análise da Capital e seis localizados no Grande ABC obtiveram mais resultados entre péssimos e ruins (18 ruins, dez péssimos e um regular) no que diz respeito à qualidade da água para itens como pH (potencial hidrogeniônico, que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade), turbidez e OD (Oxigênio Dissolvido).

“Infelizmente não encontramos nada muito diferente do que já vem acontecendo nas demais semanas. Apesar de ligeira melhora, tendo em vista que todos os pontos da terceira semana foram considerados péssimos, fica evidente a necessidade de se investir em tratamento de esgoto e educação sanitária”, destaca a especialista. Conforme Marta, todos os locais com classificação ruim e o de índice regular estão próximos de vegetação e afastados de moradias. “É aquela velha questão. Não existe fórmula mágica. É preciso tratar o esgoto e reflorestar”, defende.

Entre as soluções consideradas viáveis pela pesquisadora para a recuperação da qualidade da água do reservatório está a fitorremediação, processo em que se utiliza plantas para minimizar a quantidade de poluentes no meio ambiente. “Existem soluções técnicas simples para isso. É hora de buscar o que há de bacana pelo mundo”, provoca.

A Expedição Billings foi iniciada no dia 30 de março e tem objetivo de traçar diagnóstico ambiental do reservatório. Durante período de 35 dias, serão percorridos 450 quilômetros. A expectativa é que os resultados desta fase inicial sejam apresentados à comunidade e poder público em junho, tendo em vista o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5.