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Água é péssima em todos os pontos avaliados na Billings

Expedição da USCS chega à terceira semana
com prognóstico nada animador para represa

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
22/04/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Na terceira semana da Expedição Billings, a qualidade da água do reservatório caiu drasticamente com a chegada do ecoesportista Dan Robson à Capital. Dos 20 pontos analisados entre os dias 13 e 17, todos foram considerados péssimos em itens como pH (potencial hidrogeniônico, que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade), turbidez e OD (Oxigênio Dissolvido). O projeto, idealizado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano), tem como objetivo traçar diagnóstico ambiental de um dos mais importantes reservatórios da região metropolitana do Estado e que tem sido visto como a salvação no enfrentamento à crise hídrica.

De acordo com a bióloga e professora da USCS Marta Ângela Marcondes, que integra a equipe técnica do projeto, o resultado surpreendeu até mesmo os pesquisadores. “Esperávamos que seria ruim, mas não tanto quanto foi. Há lixo, bactérias e um forte cheiro de esgoto nas amostras”, afirma. Ela destaca que foram analisados cinco pontos em Diadema e o restante na Capital.

Conforme o relatório desta fase, foi encontrado na água excesso de sólidos dissolvidos, o que causa assoreamento, diminuindo a capacidade de armazenamento do reservatório e soterrando ovos, invertebrados e peixes. Além disso, em diversos pontos havia acúmulo de lixo e detritos, que impede a entrada de luz solar na represa e prejudica a oxigenação.

Marta explica que algumas espécies de peixes ainda podem sobreviver em ambientes tão poluídos, como as carpas e tilápias, mas em menor quantidade que na água limpa.

ESGOTO

O principal problema da Represa Billings, segundo a bióloga, é o esgoto descartado sem tratamento no reservatório, oriundo principalmente de moradias irregulares construídas ao longo dele. “Sem tratar a água e reflorestar as áreas que perderam a mata original, a represa não tem como se recuperar”, avalia Marta.

Em seu perfil no Facebook, Dan Robson afirma que “já tem vários dias que não acho uma água que não me deixe preocupado. O laudo da USCS aponta número incontável de bactérias”. A tendência é que este quadro continue nas próximas semanas. “Não dá para afirmar com 100% de certeza, só fazendo as análises. Não perderemos a esperança de ver o reservatório se recuperar nos próximos pontos que deverão ser analisados.”

PESQUISA

A coleta de amostras segue até o dia 15 de maio. Durante esta semana, Dan Robson ainda estará na Capital, em trechos do bairro Grajaú e do braço Taquacetuba da represa, mas, nas próximas, deve retornar a São Bernardo.

A expectativa é que os resultados desta fase inicial da Expedição Billings sejam apresentados à comunidade e poder público em junho, tendo em vista o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5.

A segunda parte do projeto ambiental consistirá na criação de seminários a serem apresentados em todos os municípios da região, mais a Capital, totalizando oito cidades. Nesses encontros serão debatidos os resultados obtidos por meio da expedição e políticas públicas para melhorar as condições do manancial.




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