Falecida em 1992 aos 90 anos num apartamento em Paris, onde morou durante os doze últimos anos de sua vida, "a Dietrich" quis ser enterrada em sua cidade natal, junto de sua mãe. A atriz deixou o lugar quando jovem para escapar do nazismo, mas sempre se considerou uma "berlinense, graças a Deus”.

O presidente alemão declarou sua vontade de honrar Dietrich, "uma artista sem igual que se comprometeu em favor da liberdade e da democracia na época da ditadura nacional-socialista", apesar de ter sido considerada pelos alemães, inclusive muito depois de 1945, uma traidora.

Nascida em 27 de dezembro de 1901, Maria Magdalena von Losch, seu verdadeiro nome, passou a maior parte de sua vida no estrangeiro.

Revelada pelo diretor Josef Sternberg em "O Anjo Azul" (1930), Dietrich abandonou a Alemanha nazista para instalar-se nos Estados Unidos, onde se tornou rapidamente uma lenda de Hollywood.

Na ocasião de sua única volta a Alemanha, em 1960, a atriz, que esperava ser recebida como uma heroína, foi tratada como uma "traidora". Muitos alemães não a perdoavam por ter se naturalizado norte-americana após a chegada ao poder dos nazistas e por ter cantado aos soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial.

Nesta quinta, Berlim e o resto da Alemanha reservaram uma série de programas culturais previstos em homenagem ao centenário do nascimento de Dietrich.

O museu do Filme de Berlim dedicou uma exposição especial com mais de 150 fotos da atriz e uma série de projeções de filmes. Outra exposição abordará o tema da homossexualidade sob o título "Marlene e o terceiro sexo".

Um grande espetáculo em sua memória também será encenado no teatro onde Dietrich começou a carreira como corista.