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Promotora contesta decisao que deu liberdade a motoboys
Kléber Werneck
Da Redaçao
29/10/2000 | 20:22
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A promotora Cláudia Aparecida Jeck Garcia entrou com um recurso no Tribunal de Justiça de Diadema, na última semana, contestando a decisao da juíza Patrícia Helena Forjaz de Toledo, que no último dia 29 de setembro absolveu os motoboys Mário Fabiano da Silva, 24 anos, Gilson dos Passos, 27, e Jovelino Reis do Nascimento, o Febem, 24. Eles sao acusados de ter matado a estudante universitária Rosana Lamim Marques, 22 anos, no dia 29 de maio em uma tentativa de assalto.

Em seu despacho, a juíza disse haver indícios de que os policiais do 2º DP de Diadema torturaram os jovens para obter a confissao do crime. O trio foi preso menos de 24 horas depois do assassinato, na sede da empresa WBA Entrega de Cestas Básicas, onde trabalhavam, após uma denúncia telefônica. Um revólver calibre 38 foi encontrado no armário de Mário e um bip que pertencia a Febem continha mensagens que, segundo a polícia, o convidavam para um assalto.

A juíza, no entanto, alegou que as mensagens do bip nao afirmavam que se tratava de um convite para assalto. Quanto à arma encontrada no armário de um dos rapazes, Patrícia se apegou ao fato de que o exame de balística nao pode fazer a comparaçao com o projétil retirado da cabeça da estudante, já que este estava muito danificado.

Além dessas contestaçoes, a juíza considerou um exame de corpo e delito realizado em Gilson que, segundo a defesa, apontava a existência de ferimentos que teriam sido causados pelos policiais. Ela também resolveu aceitar alguns álibis apresentados pelos advogados dos jovens, como fichas de locadora de vídeo e testemunhas, que comprovam que eles nao estavam no local do crime.

O delegado titular do 2º DP de Diadema, Luis Carlos Ferreira da Silva, afirmou que a juíza se equivocou em sua avaliaçao. Ele afirmou que Gilson foi agredido dentro da Cadeia Pública de Diadema, onde foi preso, o que pode ser comprovado em um exame de corpo e delito realizado na carceragem.

"Se quiséssemos forçar um flagrante, faríamos eles (motoboys) confessarem que atiraram diretamente na moça e nao que o tiro bateu em uma moto e depois acertou a moça, como está no inquérito policial", disse o delegado.

A promotora afirmou que vai se basear nas mesmas provas para pedir novamente a condenaçao dos motoboys.




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