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Billings espera verba estrangeira
Samir Siviero
Da Redaçao
04/06/2000 | 18:14
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  Esta segunda-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente, é oportuna para lembrar as poucas açoes feitas pelos municípios do Grande ABC no Plano Emergencial - série de obras de saneamento para despoluir a represa Billings, responsável pelo abastecimento de água da regiao. O plano começou em 1998 e deveria estar pronto em 8 de abril passado. "Se houve açoes de recuperaçao, o monitoramento nao mostra isso. A poluiçao da Billings está relativamente estável, mas graças à autodepuraçao da própria represa", afirma José Eduardo Bevilacqua, gerente da Divisao de Qualidade das Aguas da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Além de intervençoes e medidas para a preservaçao e recuperaçao dos mananciais, o Plano Emergencial também previa a regularizaçao de moradias localizadas em áreas próximas à represa e projetos de educaçao ambiental.

Com o fim do prazo do plano, as açoes teoricamente deveriam ter sido suspensas. O Comitê de Bacia do Alto Tamanduateí deu 40 dias de prazo para que fosse feito um balanço das obras. O prazo vence na segunda quinzena deste mês. É o comitê que tem de decidir pela prorrogaçao do projeto, desejo das prefeituras da regiao. "Assim, poderíamos dar continuidade às açoes que começamos", afirmou José Contreras Castilho, diretor do Departamento de Meio Ambiente de Diadema.

Na cidade, a realizaçao das obras emergenciais criou uma situaçao inusitada. Cerca de 630 famílias estao com as redes coletoras de esgoto prontas, mas nao as utilizam. "Como nao temos uma estaçao de recalque, que bombeia o esgoto para o tratamento, nao ligamos as redes dessas casas, para nao poluir a represa." A esperança de Contreras está na construçao da estaçao de recalque no bairro Eldorado, cuja obra custaria R$ 7 milhoes e será provida pelo Projeto Billings, do governo do Estado. O problema é que o projeto ainda está em discussao e a liberaçao da verba, que vem do Banco Mundial, ainda demora. A redaçao da carta de referência do plano emergencial deve terminar nas próximas duas semanas, e só entao receberá a chancela do governador do Estado e poderá seguir para o Banco Mundial.

Joao Ricardo Caetano, diretor de Gestao Ambiental do Semasa (Serviço de Saneamento de Santo André), concorda com Contreras. "Como muitas obras nao foram concluídas é necessários um prazo maior."

Em Sao Bernardo, o vice-presidente da ONG (Organizaçao Nao Governamental) Acqua (Açao Cidadania Qualidade de Vida e Ambiental), Vladimir Rodrigues Barbosa, disse que a Prefeitura se limitou a propor iniciativas interessantes; os projetos ficaram no papel. "Fizemos ligaçoes que enviam o esgoto para a estaçao de tratamento de Sao Caetano e ainda temos outros projetos como a regularizaçao da Vila Sao Pedro", rebateu o secretário de Habitaçao e Meio Ambiente de Sao Bernardo, Carlos Comunian. O secretário também espera a liberaçao da verba estrangeira.

Fábio Vital, coordenador do Fórum de Cidadania do Grande ABC e vice-presidente do Subcomitê das Bacias Hidrográficas Billings/Tamanduateí, reclama que as medidas ficaram mais no discurso político do que na prática. "As Prefeituras querem continuar com as intervençoes do Plano Emergencial, mas nao têm dinheiro para isso. Elas mantêm o discurso e aguardam o Projeto Billings"

Ribeirao Pires, porém, driblou a falta de recursos e aproveitou a negociaçao com a Sabesp para ampliar em cinco vezes o tratamento de esgoto da cidade.




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