Economia Titulo Crise
Trabalhador teme que lay-off cause demissão

Clima de insegurança segue na Pirelli; hoje há reunião da Prefeitura com representante da empresa

Renato Cunha
Especial para o Diário
31/03/2015 | 07:06
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


Os trabalhadores da Pirelli em Santo André estão preocupados com as informações que circulam na ‘rádio-peão’ da fabricante de pneus sobre um possível lay-off (suspensão de contrato temporário de trabalho). A possibilidade foi admitida na sexta-feira pelo presidente da Pirelli para a América Latina, Paolo Dal Pino, em conversa com o prefeito andreense Carlos Grana (PT). Os trabalhadores, porém, até o momento não foram informados sobre a adoção da medida, que visa deixar parte do quadro de funcionários, no caso dessa fábrica, composto por 2.500 profissionais, em casa por até cinco meses.

Na saída do turno da manhã da fábrica andreense, por volta das 14h de ontem, a equipe do Diário conversou com alguns operários. O sentimento entre eles é bem diversificado, mas marcado por medo e insegurança. A maioria dos empregados entrevistados, inclusive, admite que o lay-off é inevitável, já que a empresa não está mais produzindo como antes. Porém, há o medo de demissões. Vale lembrar que o número de vendas do setor para montadoras apresentou queda de 19,4% no primeiro bimestre, segundo dados da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneus), o que reforça esse temor.

Outra incerteza é o futuro da fábrica após a venda da Pirelli para o grupo chinês ChemChina (China National Chemical Corp), anunciada na segunda-feira passada. Os trabalhadores, que ainda não foram oficialmente informados da operação, têm receio de como será feita a gestão da companhia, e mesmo se a fábrica permanecerá na cidade – já que o país asiático é mundialmente conhecido pelo baixo custo de sua produção e mão de obra. E esses temores permaneceram mesmo após a declaração de Pino, por meio de Grana de que não haverá qualquer mudança na administração da empresa no Brasil e que também não haverá fechamento de unidades (quatro em todo o País).

Hoje, haverá reunião entre a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Econômico, Oswana Fameli (PRP), e o diretor de relações institucionais, Mário Batista, para aprofundar os impactos da transação, avaliada em US$ 7,7 bilhões (cerca de R$ 24,7 bilhões com o dólar cotado a R$ 3,21).
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;