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Fiscais: assinaturas serão comparadas com pareceres antigos
Do Diário OnLine
Com Agências
05/06/2003 | 21:38
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O juiz Lafredo Lisboa, da Terceira Vara Federal Criminal, informou nesta quinta-feira que vai comparar as assinaturas dadas à Justiça pelo fiscal Carlos Eduardo Pereira Ramos, acusado de desviar cerca de US$ 33 milhões para a Suíça, com as de pareceres emitidos nos últimos meses.

Isso para solucionar a questão do advogado de Ramos, Clóvis Sahione, o ter orientado a mudar a caligrafia ao fornecer sua assinatura para a Justiça. O poder público iria comparar o documento fornecido com os registros de abertura de contas no exterior. O mesmo procedimento será adotado com os fiscais Rodrigo Silveirinha e Lúcio Manoel Picanço, também clientes de Sahione.

Lisboa disse que "mandará buscar os pareceres que eles deram nos últimos meses" e que as assinaturas serão analisadas com as mais recentes e a dos recibos de aberturas das contas. O juiz também afirmou que tal situação comprova que ele não errou ao pedir as prisões preventivas dos fiscais.

No início da semana, Sahione foi flagrado por equipes de reportagem de TV orientando Carlos Eduardo Pereira Ramos a tentar escrever de uma forma diferente no exame grafotécnico. No flagrante, Sahione pede que Ramos faça o chamado pingo borrachinha, ou seja, um pingo em forma de bola em cima da letra i.

A sugestão foi aceita pelo cliente, que assinou usando o artifício nos exames. Em documentos usados para comparação, entre eles a carteira de identidade emitida em 1988, a assinatura do fiscal não aparece com tal característica.

A atitude do advogado Clóvis Sahione será julgada pelo Tribunal de Ética da seção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil na próxima quinta-feira. Se condenado, ele poderá receber desde suspensão de três meses até expulsão da OAB.




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