Oito das nove casas interditadas, pela Defesa Civil de São Bernardo, da Rua Valentina Procopp, em Ferrazópolis, estão sofrendo saques constantes desde a queda do muro de arrimo que ficava nos fundos dos imóveis, no dia 11 de setembro. O muro estava localizado entre as residências e um posto de gasolina em construção. Depois de ceder, as construções parcialmente destruídas foram desocupadas e ficaram expostas.

"O primeiro roubo foi na madrugada de 16 de setembro. Depois, entraram lá pelo menos outras três vezes", contou Marcos Valente, 44 anos, metalúrgico e dono do imóvel número 78. Ele conta que sua casa e as demais foram todas reviradas e que cansou de pedir ajuda para a Guarda Municipal. "Vou pagar um vigilante da região. Me levaram uma TV LCD de 32 polegadas, caixa de ferramentas, lâmpadas e torneiras", disse Valente, que também colocou Vicente, um vira-lata, de prontidão no quintal da casa.

Além de torneiras, na casa 74, de Maria do Socorro de Oliveira e do filho Vagner Luis Rodrigues, foram levadas joias de ouro com rubi e até a porta de alumínio da cozinha, destruída com a queda do muro. "Minha mãe recebeu um engenheiro dois dias antes do desabamento e ele disse pra gente ficar tranquilo que não cairia de jeito nenhum", disse Vagner que arrancou uma das janelas com receio de que também fosse levada.

"Coloquei uma porta no quintal da frente", relatou Marcia Regina Pina, moradora há 12 anos no local e que há um quitou o financiamento do imóvel, de onde levaram videocassete e um aparelho de som, além de telhas quebradas. "Estão entrando pelos telhados, Como quebraram as telhas, está chovendo dentro das casas", relatou.

O 6° DP registrou três boletins de ocorrência e abriu inquérito para apurar. "Do jeito que o local está acaba atraindo ladrões", disse o delegado Mitiaki Yamamoto. A Prefeitura disse que a Guarda faz rondas periódicas, que serão intensificadas.

Crimes se intensificam na vizinhança

Na última semana, os saques estão se intensificando, segundo relato dos moradores e de uma vizinha próxima às casas, que preferiu não se identificar. "Hoje, ao meio-dia, tinham dois rapazes e uma moça levando objetos. Já chamei várias vezes a polícia, mas, quando ela chega, os ladrões fogem", relatou a antiga moradora do bairro, dizendo que teria ouvido disparos de arma de fogo há duas noites.

"Do posto já levaram tudo. Tenho todas as autorizações para construção, que já me custou R$ 450 mil. Até agora a Prefeitura não explicou o que houve e nem o proprietário do terreno foi chamado", disse Hélio da Cunha, dono do posto em construção.

A Secretaria de Planejamento de São Bernardo informou que o laudo conclusivo realizado por uma empresa contratada sobre a condição das casas, será apresentado depois do dia 25. Só então tomará medidas relacionadas aos proprietários.