O PT irá entrar com um recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a rejeição das contas do comitê financeiro da campanha que reelegeu em outubro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido quer evitar qualquer chance de perder o direito ao fundo partidário em 2007. Em 2006, a legenda arrecadou cerca de R$ 22 milhões por meio deste recurso.

As contas foram rejeitadas devido a irregularidade de uma doação de R$ 10 mil da Deicmar, empresa administradora do Porto Seco/Santos IV, que, por ser concessionária de serviço público, não pode injetar dinheiro em nenhum tipo de campanha eleitoral.

De acordo com o presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, os números barrados serão encaminhados ao Ministério Público Eleitoral, que poderá ou não abrir um processo contra o PT e Lula por abuso econômico. Porém, isso não deve acontecer, já trata de um valor irrisório diante de um universo de cerca de R$ 90 milhões arrecadados pelo partido para a campanha de Lula.

O advogado petista, Márcio Silva, já declarou que existe até a possibilidade de recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso o TSE não garanta todos os direitos do PT no ano que vem. “A rejeição, por um preciosismo do tribunal – R$ 10 mil num universo de R$ 104 milhões em gastos – só demonstra cabalmente a lisura da campanha. Nenhum outro aspecto da prestação de contas foi glosado. Entendo como uma vitória absoluta e que do ponto de vista do candidato e da diplomação e posse, não há mais problema”, assinalou.