Cinqüenta deficientes físicos de São Caetano tiveram nesta quarta pela manhã o primeiro contato com as cadeiras de rodas motorizadas que serão fornecidas dentro de dez dias pela Prefeitura. Os beneficiados, entre crianças e adultos moradores da cidade, tiveram orientações com equipe de profissionais de como manusear o equipamento. Eles puderam conduzir e fazer manobras com as cadeiras pelo Centro de Convenções da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), no bairro Santa Maria.

Em uma segunda etapa, mais 59 cadeiras serão entregues, de acordo com o presidente da Apae, Jorge Salgado, que também é vereador na cidade. A entidade ofereceu o apoio técnico. No total, são 109 moradores – entre 8 e 86 anos – que serão beneficiados com o equipamento, que auxilia na locomoção e torna as pessoas mais independentes. Para chegar aos beneficiados, a Prefeitura realizou uma avaliação dos candidatos. A triagem, que aconteceu em maio na Apae e reuniu 200 deficientes, foi feita a partir de um censo levantado pelo Instituto de Pesquisa do Imes (Centro Universitário Municipal), em São Caetano.

Nem todos se mostraram aptos para manipulação da cadeira. Três requisitos básicos foram necessários para a pessoa com deficiência física: ter consciência mental, equilíbrio de tronco e coordenação motora em um dos membros (superiores e inferiores), de acordo com a fisioterapeuta Karina Ciciliano, 24 anos, uma das responsáveis pela avaliação técnica. As cadeiras, que tem custo unitário de cerca de R$ 4,5 mil, ficarão com os beneficiados por meio de um termo jurídico de permissão de uso, prorrogável.

Obstáculos – A cadeira possui controle manual, operado pelos membros superiores esquerdo (17 pessoas) ou direito (33), conforme a necessidade individual. Entre os recursos do equipamento motor, ele sobe em guias e passa por obstáculos, com acionamento de um regulador de velocidade. A cadeira pode chegar a 8 km/h. O prefeito de São Caetano, Luiz Tortorello, que nesta quarta foi conferir o treinamento, afirmou que a cidade tem condições orçamentárias para bancar essa ação de inclusão social das pessoas com deficiências. A compra das cadeiras se deu por um processo de licitação.

“Vou aposentar minhas muletas”, brincou Antonia Garcia Magdalena, 64 anos, moradora no bairro Nova Gerty, que há 18 anos amputou a perna esquerda. Nesta quarta, ao lado do filho, ela entregava os documentos para a assinatura do Termo de Responsabilidade, que acontecerá no dia da entrega das cadeiras.

A alegria era vista nos rostos de Lucas Fernandez Duó, 9 anos, e Daniel Henrique Moretti, 23. Ambos, ganharão independência. Lucas ressaltou que irá “dar um rolê pela avenida Kennedy”.