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Homem faz mulher e filha reféns em Diadema
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
15/04/2001 | 19:19
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 O lavrador é preso/Foto: Diário do Grande ABC O lavrador Gildo Honório Beserra, 44 anos, o Chico, manteve a mulher, grávida de nove meses, e a filha em cárcere privado por nove horas neste domingo. Os três ficaram trancados em um quarto do apartamento 34 do conjunto Júpiter – onde morava –, na rua Júpiter, no bairro Bandeirantes, em Diadema. Gildo se trancou com Maria Aparecida da Silva, 26, e Maria Judenir, 4, por volta das 6h e só foi dominado pelos policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas e Especiais) da Polícia Militar às 15h. Ninguém ficou ferido.

Soldados da Guarda Municipal de Diadema chegaram ao local às 8h, logo depois de a corporação ser acionada por integrantes de uma ambulância psiquiátrica do Hospital Municipal, que foi chamada pelo irmão de Chico, o microempresário Gilberto Honório Beserra, 40. “A mulher dele me ligou logo cedo e falou com minha mulher, dizendo que ele precisava de uma ambulância. Falei direto com ele, quando liguei mais tarde. Ele me disse que precisava de ajuda, pois estava sendo ameaçado e que alguém queria matá-lo”, disse Gilberto.

Durante todo o tempo em que manteve a mulher e a filha presas no quarto, o restante da família achava que ele as estivesse ameaçando com um facão, trazido de Pernambuco há três meses, quando veio para Diadema. Porém, policiais do Gate não encontraram o facão no apartamento. Chico estava com uma chave de fenda, que teria usado para intimidar a família, mas em nenhum momento a ferramenta fora vista em suas mãos. “A chave de fenda foi encontrada no quarto, mas não estava com ele”, disse o capitão José Roberto de Castro, supervisor regional da Polícia Militar no Grande ABC.

Gilberto disse que não sabe dizer o que aconteceu com o irmão, pois Chico nunca apresentou problemas psicológicos. “Ele também não estava sendo ameaçado por ninguém. A única coisa que ele estava reclamando era de insônia, nos dois últimos dias.” Chico veio para Diadema para morar com a irmã, Josefa Honório Beserra, 45, com o objetivo de fazer exames de hérnia de disco e, se necessário, se submeter a cirurgia.

Os soldados da Guarda Municipal foram os primeiros a ter contato direto com Chico. “Ele nos disse que só sairia do prédio com a Polícia Militar, mas não falou mais nada depois que a PM chegou”, disse o soldado Deolmar Marques da Gama.

O comandante do Gate, Diógenes Dallelucca, iniciou as negociações finais às 12h, para tentar tentar conquistar a confiança de Chico, até que ele se entregasse ou permitisse a invasão dos homens do Gate. “O negociador fala sobre coisas do íntimo das pessoas, como de religiosidade e família. Com isso, ele começa a abrir caminho para aumentarmos a negociação”, explicou o tenente Dorival Mignanelli.




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