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Cidade da Criança, em São Bernardo, segue com atrações abandonadas
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
05/03/2010 | 08:02
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Depois de quase dois meses da reinauguração da Cidade da Criança, em São Bernardo, o parque já encontra-se em situação de abandono. O Diário esteve ontem no local e constatou que 90% dos brinquedos têm placas informando aos frequentadores que os equipamentos estão "temporariamente fora de operação". É o caso do Teleférico, do Arborismo, do Carrossel e do Submarino. As atrações que não estavam interditadas estavam fechadas durante a visita.

Muitos brinquedos apresentam sinais claros de falta de conservação, o Avião, onde o cheiro de mofo é forte.

O Rio Amazonas, equipamento em que crianças conheceriam a cultura e lendas indígenas, passeando em pequenos barcos, encontra-se desativado. No lugar do leito, só se veem folhas, barro e pontos de água parada, o que favorece a proliferação de mosquitos da dengue.

Quem quiser usar o banheiro tem que procurar algum que esteja aberto. Porém, não há papel toalha nem sabonete. A reportagem tentou entrar em quatro banheiros do parque e se deparou com portas trancadas em dois deles que, inclusive, estavam fechados para deficientes físicos.

Nos quase 50 mil metros quadrados foram avistados poucos funcionários, que realizavam a manutenção de alguns brinquedos do playground, varrendo e trocando lâmpadas.

RESPOSTA - A Prefeitura de São Bernardo informou que a reinauguração de janeiro aconteceu de forma parcial, para que a população visitasse e realizasse atividades de lazer, como caminhadas e ioga.

A administração prometeu que, em "um segundo momento, será disponibilizada a utilização total dos equipamentos e, para isso, a Prefeitura já está providenciando processo licitatório para que concessionários possam gerir os brinquedos e restaurantes do local".

Cidadãos criticam ‘descaso' da Prefeitura pelos bens públicos

Quem frequenta A Cidade da Criança se diz decepcionado pelo "descaso" com o patrimônio da cidade. O analista financeiro Robson Fabrício Molaz, 31 anos, contou que conhece o local desde os 8 e cresceu se divertindo em suas atrações. "Passei bons momentos da minha infância e quero que minha filha também passe, mas está difícil. Temos que cobrar melhorias."

A técnica de enfermagem Michele Basilio Souza de Moraes, 29, levou ontem, com o marido, os dois filhos para brincar por lá. "Viemos com muita expectativa e o que encontramos são brinquedos fechados ou com falta de manutenção. Mas até trouxe suco e bolachas para as crianças, porque já sabia que não encontraria lugar para comprar."

A fama do parque despertou a curiosidade do desempregado Fernando de Costa Trugillo, 22, que veio ontem de Santo André para conhecer o local. "É muito bonito por fora, porém, ao entrar, percebi que tudo estava parado."

Acompanhado do filho, o ferramenteiro Reinaldo Marcos Capela, 37, expressou a mesma opinião: "A Prefeitura tem que se empenhar mais para manter o parque no padrão que tinha anos atrás."




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