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Famílias sobem degrau na pirâmide social
Alexandre Melo
08/05/2011 | 07:18
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Enquanto o número de famílias de classe C no Grande ABC apresentará recuo de 2,35% neste ano, os domicílios do estrato B avançarão 11,35%, aponta estudo da IPC Marketing Editora. Mesmo assim, a população do meio da pirâmide social ainda é maioria, com 326.903 residências e a B ocupa outras 325.204.

O avanço da classe B na região apontada pela editora converge com os dados da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul). Para saber os anseios dessa população, cuja renda varia entre R$ 2.750 e R$ 9.099, conforme critério do IPC, a equipe do Diárioconversou com algumas famílias.

Com renda mensal familiar de R$ 5.000, o casal andreense Demerval e Eliza Lima planeja a compra de um carro popular até o fim do ano, mas sonha mesmo com um automóvel importado. "Não tenho ideia se vou concretizar este desejo, mas minha situação econômica está melhor quando comparada aos anos anteriores", avalia o aposentado.

Enquanto o dinheiro não é suficiente para satisfazer o desejo, Lima deverá se contentar com os carros chineses que estão chegando ao mercado brasileiro. "Parecem ser uma boa opção." Outro sonho é adquirir imóvel próprio, visto que o casal e a filha ainda moram de aluguel. Para isso, guardam em média R$ 2.000 mensais na poupança para conseguir montante suficiente para uma boa entrada.

Um local adequado para os cinco filhos também é a aspiração da desempregada Vânia Teixeira, que vive com a mãe e o padrasto na favela da Gamboa, em Santo André. O benefício de R$ 176 que recebe do Bolsa Família somado ao salário do padrasto totaliza R$ 900.

"Meu sonho, como o de tantos brasileiros, é ter uma casa própria. A Prefeitura vai desapropriar a favela e não terei local para ir, pois não estou cadastrada para o recebimento de casas", diz. Vânia avalia que a alta nos preços dos alimentos da cesta básica, principalmente do leite, dificulta a situação de sua família.

O principal desejo do casal Ariani Sudatti e Christian Frascarolli, proprietários dos bares Giramundo, é aparentemente simples: viajar 20 dias pela Itália.

Entretanto, segundo Ariani, o excesso de trabalho é o principal empecilho. Considerando um bem tangível, ela afirma que um imóvel de investimento é a próxima meta.

"Faltam apenas quatro prestações para quitarmos o apartamento que moramos. Estamos nos planejando para adquirir imóvel na planta no Grande ABC para depois alugá-lo ou vendê-lo."

A joalheira Rose Rinaldi também vislumbra iniciar neste ano a construção de sua casa de campo em Itu (SP). "Juntei dinheiro, comprei o terreno e estava me preparando para começar a construção", detalha.

 

Despesas com manutenção

do lar caem neste ano

 

A projeção de despesas dos brasileiros com "manutenção do lar" para este ano é menor quando comparada ao ano passado, aponta o IPC Maps 2011 (veja arte abaixo). Em 2010, a população gastou em média 27,6% da renda pagando contas de água, luz, telefone e aluguel, enquanto neste ano, a expectativa é consumir 26,4% da renda com esses itens.

O resultado deste movimento é que os desembolsos com outras categorias estão aumentando. "Diante deste cenário, a população está investimento mais em atividades de lazer e compra de artigos supérfluos", destaca o diretor do IPC, Marcos Pazzini. A categoria "outras despesas", que congrega exatamente esse itens avançará de 21,4% para 25,9% dos gastos.

Na região, por exemplo, os habitantes vão aplicar R$ 2,937 bilhões em "alimentação fora do domicílio". A quantia representa incremento de 7,7% quando comparado ao resultado de 2010. O casal Ariani Sudatti e Christian Frascarolli, donos de restaurantes em Santo André e São Bernardo, notaram a evolução. "O consumo médio por pessoa aumentou 12% desde 2009 nos fins de semana e 25% durante a semana", detalha Ariani.

Ainda em relação a outras atividades que vão receber mais injeção de capital neste ano na região está "recreação e cultura", que somará R$ 832,587 milhões, contra R$ 783,544 milhões em 2010.




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