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Contrato da Delivery de Sto.André será renovado
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
14/05/2003 | 21:08
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O prefeito de Santo André, João Avamileno, concorda com a renovação do contrato com a empresa Hold CML Saúde Delivery, que fornece ambulâncias para o programa Rolando Saúde, caso essa seja a decisão da Secretaria de Saúde. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, Avamileno não vai se manifestar oficialmente sobre o caso.

O prefeito tomou sua decisão baseado em um pré-relatório de fiscalização da Vigilância à Saúde do município, que informa que os veículos estão em boas condições de uso. O Diário não teve acesso ao documento.

Em abril, a Vigilância constatou, após uma série de reportagens publicadas pelo jornal, várias irregularidades na empresa, contratada em novembro passado. Foram constatados cintos de segurança quebrados e pneus carecas nas ambulâncias, além de veículos sem condições de uso. Os fiscais denunciaram também falta de medicamentos e falta de limpeza dos veículos, que não eram esterilizados após transportar pacientes com doenças infecto-contagiosas. A Vigilância considerou inadequados o local, os produtos e os equipamentos usados para lavar os lençóis utilizados nas ambulâncias. Na ocasião da inspeção, a Delivery não tinha cadastro no Departamento de Vigilância à Saúde e seus carros não haviam sido vistoriados. Faltava ainda a apresentação dos registros de atividade.

Na segunda-feira, a Prefeitura renova o contrato com a empresa, de R$ 864 mil por seis meses de serviços atualmente. A informação foi confirmada por Sérgio Narciso, assessor de gabinete do secretário de Saúde Michel Mindrisz. Segundo Narciso, “a Secretaria não acredita que haja denúncias suficientes para cancelar a contratação”. O assessor disse ainda que “o serviço Rolando Saúde já atendeu 3 mil pessoas e que proporcionou melhorias para a saúde do município”. O incidente com a dona de casa Maria Aparecida Martins Dutra, 54 anos, que quebrou o fêmur e a bacia dentro de uma ambulância da empresa por falta de cinto de segurança “é pontual”, disse Narciso. “A empresa teve avanços e não há denúncias suficientes para cancelar o contrato”, reafirmou.

Sobre as denúncias de que a Delivery seria de propriedade do oficial de Justiça de Santo André Wagnoilde Jacó Araújo, e não das pessoas que constam no contrato – Adriana Madia Biasi, que trabalha no departamento financeiro da empresa, e Antonio Marcio Neves, que faz bicos como pintor de paredes e mora em um cortiço na Vila Califórnia, em São Paulo –, Narciso disse que não é papel da Prefeitura questionar a idoneidade da empresa. “Isso quem tem de ver é o Ministério Público. Nós lidamos com os documentos que temos”, afirmou o assessor.

Narciso também informou que o contrato entre Faisa (Fundação de Assistência à Infância de Santo André) e a Delivery deverá sofrer reajuste e poderá ser prorrogado por até mais cinco anos. Procurado pelo Diário, o secretário Mindrisz informou que não irá se pronunciar sobre o caso.

Vereadores integrantes da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Santo André irão discutir nesta quinta-feira os encaminhamentos para as denúncias contra a Secretaria de Saúde. O presidente da comissão, Donizeti Pereira (PV), afirmou que a comissão irá pressionar o governo em relação aos problemas na Saúde e também sobre a possível renovação contratual com a Delivery. “Se o serviço continuar uma porcaria, a responsabilidade é toda da Prefeitura. Os vereadores irão querer uma explicação pública. A não ser que exista alguma coisa (entre Secretaria e Delivery) que os vereadores não estão sabendo.”

Integrante da Comissão de Saúde, o vereador Luiz Zacarias (PL) informou que o grupo poderá solicitar a presença do secretário para esclarecimentos.




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