No 2º Distrito Policial de São Bernardo, onde o caso foi registrado, Piva alegou à polícia que estava no posto de gasolina e que aconteceu uma discussão por causa de uma vaga no estacionamento – no local há uma loja de conveniência. Segundo versão do advogado da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar, Alfredo Rodrigues, os dois não se identificaram como policiais. “O policial civil sacou a arma e deu o primeiro tiro, que atingiu a perna de Piva. Ele (Piva) atirou só para se defender”, disse.
A testemunha C.C.W., que fazia compras na loja de conveniência, disse que viu o policial militar passar com uma arma na mão e, em seguida, ouviu os tiros. C.C.W. correu para o banheiro e, quando saiu, viu Masi caído no chão, ainda com vida. “Não teve tempo de discussão, eles trocaram, no máximo, quatro palavras”, disse a testemunha. C.C.W. chegou a fazer respiração boca-a-boca em Masi, enquanto outras pessoas chamavam socorro. O policial chegou morto ao Hospital Assunção, em São Bernardo.
Piva teria deixado o posto em uma Fiorino preta, que tem marcas de bala. A arma que estava com o PM foi apreendida. O delegado Ricardo Zaitune, do 2º DP de São Bernardo, passou o dia de sábado ouvindo sete testemunhas do crime, além do PM. “Ele (Piva) afirmou em testemunho que não conhecia o policial civil, que teria chegado ao posto dizendo: ‘Vou te matar porque você é folgado’. Quando ele recebeu o tiro na perna, reagiu”, afirmou Zaitune, que vai pedir exame toxicológico dos dois policiais para saber se algum deles havia utilizado drogas. “O PM disse que o civil estava alterado, e algumas testemunhas disseram que quem estava alterado era o PM.”
Segundo o pai de Masi, o comerciante Paolo Masi, 53 anos, seu filho costumava andar com três armas – a polícia não encontrou nenhuma delas no local. “Meu filho era freguês do posto e costumava comprar chocolate para as crianças no local (ele tinha quatro filhos)”, afirmou Paolo. O irmão da vítima, Paolo Masi Jr., 30, acredita que seu irmão e o PM já tivessem brigado em outra ocasião. “Há uns 20 dias, ele me disse que um policial o havia intimidado.” Porém, não soube dizer o motivo da briga. Masi estava há 12 anos na Polícia Civil.
Piva foi levado para o presídio militar Romão Gomes, na capital. Masi vai ser enterrado domingo, mas até o fechamento desta edição, a família ainda não havia decidido o local.
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