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PM é acusado de matar policial civil em São Bernardo
Rodolfo Stipp Marino
Do Diário do Grande ABC
04/08/2001 | 20:31
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O policial militar Ronildo Piva Nabarro, 26 anos, da 5ª Companhia do 3º Batalhão de São Paulo, é acusado de matar o policial civil Giovani Masi Neto, 32 anos, do 78º Distrito Policial de São Paulo, sábado, às 2h, em um posto de gasolina na avenida 31 de Março, na Vila Paulicéia, em São Bernardo. Ambos estavam à paisana e moravam na Paulicéia. Masi morreu após ter recebido pelo menos quatro tiros no peito. Piva levou um tiro de raspão na perna.

No 2º Distrito Policial de São Bernardo, onde o caso foi registrado, Piva alegou à polícia que estava no posto de gasolina e que aconteceu uma discussão por causa de uma vaga no estacionamento – no local há uma loja de conveniência. Segundo versão do advogado da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar, Alfredo Rodrigues, os dois não se identificaram como policiais. “O policial civil sacou a arma e deu o primeiro tiro, que atingiu a perna de Piva. Ele (Piva) atirou só para se defender”, disse.

A testemunha C.C.W., que fazia compras na loja de conveniência, disse que viu o policial militar passar com uma arma na mão e, em seguida, ouviu os tiros. C.C.W. correu para o banheiro e, quando saiu, viu Masi caído no chão, ainda com vida. “Não teve tempo de discussão, eles trocaram, no máximo, quatro palavras”, disse a testemunha. C.C.W. chegou a fazer respiração boca-a-boca em Masi, enquanto outras pessoas chamavam socorro. O policial chegou morto ao Hospital Assunção, em São Bernardo.

Piva teria deixado o posto em uma Fiorino preta, que tem marcas de bala. A arma que estava com o PM foi apreendida. O delegado Ricardo Zaitune, do 2º DP de São Bernardo, passou o dia de sábado ouvindo sete testemunhas do crime, além do PM. “Ele (Piva) afirmou em testemunho que não conhecia o policial civil, que teria chegado ao posto dizendo: ‘Vou te matar porque você é folgado’. Quando ele recebeu o tiro na perna, reagiu”, afirmou Zaitune, que vai pedir exame toxicológico dos dois policiais para saber se algum deles havia utilizado drogas. “O PM disse que o civil estava alterado, e algumas testemunhas disseram que quem estava alterado era o PM.”

Segundo o pai de Masi, o comerciante Paolo Masi, 53 anos, seu filho costumava andar com três armas – a polícia não encontrou nenhuma delas no local. “Meu filho era freguês do posto e costumava comprar chocolate para as crianças no local (ele tinha quatro filhos)”, afirmou Paolo. O irmão da vítima, Paolo Masi Jr., 30, acredita que seu irmão e o PM já tivessem brigado em outra ocasião. “Há uns 20 dias, ele me disse que um policial o havia intimidado.” Porém, não soube dizer o motivo da briga. Masi estava há 12 anos na Polícia Civil.

Piva foi levado para o presídio militar Romão Gomes, na capital. Masi vai ser enterrado domingo, mas até o fechamento desta edição, a família ainda não havia decidido o local.




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