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Unidos de Vila Alice tem como samba-enredo os jogos de azar
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
20/01/2004 | 23:06
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A Unidos de Vila Alice, escola de samba do pelotão intermediário que luta com outras 11 pelo título de campeã do Carnaval de Diadema deste ano, aposta todas as suas fichas no samba-enredo Jogos da sorte e jogos do azar, em fase final de ajustes, de acordo com o presidente da agremiação, Rock Lane. “Temos nesse ano um samba-enredo com uma visão crítica sobre os jogos. Principalmente tentando passar às pessoas que não se pode gastar o pouco que se tem na expectativa de conseguir aquele algo a mais”, disse Rock.

De acordo com o presidente da Vila Alice, o compositor Jurandir e alguns colaboradores acertam os últimos detalhes no samba-enredo. “Está quase pronto. Em seguida vamos imprimir a letra para todo mundo aprender”, disse.

O fato é que a Vila Alice corre contra o relógio para estar na avenida Ulisses Guimarães no sábado de Carnaval com dois carros alegóricos e 250 componentes. De acordo com a direção da Ucesbd (União Cultural das Escolas de Samba e Blocos de Diadema), a agremiação será a segunda a desfilar, por volta de 21h15 de sábado, dia 21 de fevereiro.

Nesta semana, na sala que serve de minibarracão, na rua Borba Gato, oito pessoas, entre costureiras e ajudantes, prendem adereços às fantasias. “Queremos que esteja tudo pronto por volta do dia 15 de fevereiro”, disse Rock.

A escola entra com os carros alegóricos Cassino e Roleta de Bacará, em um desfile com alusões a mesas de aposta, bingos e outras modalidades. “Também vamos falar dos jogos como geração de empregos para o país”, disse o sambista.

Criada em 1982, a Unidos de Vila Alice teve sua melhor participação no Carnaval de Diadema em 1993, quando ficou em terceiro lugar. Neste ano, o objetivo é batalhar para ficar pelo menos entre as seis primeiras colocadas, de acordo com Rock Lane. A Vila Alice não participou do desfile do ano passado.

Gastos – O presidente da Vila Alice reclamou do fato de a Prefeitura liberar a verba para as escolas de samba somente em dezembro. “Deveríamos ter recebido esse dinheiro pelo menos um mês antes, para dar tempo de organizar as coisas melhor. Ficou muito em cima da chegada do desfile”, disse Rock.

O sambista Rock disse também que os R$ 20 mil distribuídos para cada escola não cobrem todos os gastos e, para driblar a falta de recursos, os sambistas recorrem ao livro de ouro, que circula entre comerciantes da cidade pedindo contribuições.

“Para colocar a escola na avenida, vai faltar uns R$ 7 mil, que estamos correndo atrás. O problema é que para fazer o Carnaval, a gente usa muitos produtos que são cotados em dólar, e por isso muito caros”, disse.

O presidente da escola de samba citou como exemplo as plumas utilizadas nas fantasias de passistas e destaques, material que custa cerca de R$ 600 o quilo.




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