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Líder de prostitutas quer ser vereadora de Belém
Do Diário do Grande ABC
28/12/1999 | 18:40
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A presidente do Grupo Especial de Mulheres Prostitutas da Area Central (Gempac) de Belém, Lourdes Barreto, lançou sua candidatura à vereadora da cidade. Suas bandeiras serao campanhas de prevençao à Aids e doenças sexualmente transmissíveis, denúncias de violência contra as mulheres que atuam nos garimpos, além de combate à prostituiçao infantil.

Ela pretende concorrer a uma das 33 cadeiras da Câmara Municipal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mas seu nome ainda deve ser submetido a uma consulta prévia nas bases do partido. Alguns petistas acreditam que nao haverá problemas para a indicaçao. "Ela representa um dos segmentos mais discriminados da populaçao, que nao é representado no parlamento", resumiu o militante José Antonio do Carmo.

O lançamento da candidatura de Lourdes Barreto, segunda-feira (27), contou com a presença de gays, lésbicas, policiais, advogados e até de conhecidos machoes da cidade, e foi realizado no Freeshop uma loja de produtos eróticos que também funciona como bar. O Gempac aproveitou a ocasiao para lançar seu e-mail na internet, cujo endereço eletrônico é gempac@expert.com.br, além de uma home page, cujo site estará disponível somente a partir da segunda quinzena de janeiro.

A líder das prostitutas paraenses criou o Gempac há dez anos para, segundo ela, lutar contra a violência policial contra as mulheres que fazem "ponto" nas ruas do bairro da Campina e imediaçoes da Praça da República, além de orientá-las e esclarecê-las para se prevenirem contra doenças sexualmente transmissíveis, principalmente a Aids.

O incentivo ao uso de preservativos fez "despencar os índices de doenças adquiridas ou transmitidas durante as relaçoes sexuais". O Gempac tem sido parceiro de várias entidades que combatem a prostituiçao de crianças entre 10 e 14 anos nas ruas de Belém.

Foi com esse trabalho que Lourdes Barreto, hoje com 60 anos de idade, passou a realizar palestras em Sao Paulo, Rio Grande do Sul e na Alemanha, onde esteve há três anos relatando suas experiências. Quando fala sobre sua vida, ela filosofa: "Nós, as prostitutas, somos as terapeutas dos homens casados."




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