As chamas que consumiram terça-feira à noite praticamente todo o galpão de alimentos da empresa NBF Logística, no bairro Paulicéia, em São Bernardo, foram controladas durante a madrugada de ontem, mas os focos podem durar até amanhã. O incêndio teve início às 19h de terça-feira, próximo ao Corredor ABD.

A previsão é do comandante do Corpo de Bombeiros do Grande ABC, tenente-coronel Roberto Rensi Cunha. Ontem, às 18h, 11 viaturas e 25 homens ainda combatiam as chamas. O trabalho de rescaldo começou pela manhã, com a remoção de parte do entulho. Duas retroescavadeiras da Prefeitura fizeram o trabalho, que foi interrompido à tarde por motivos de segurança. O fogo consumiu 8.000 metros quadrados e derrubou paredes e telhado.

A principal dificuldade encontrada pelos bombeiros foi controlar o alastramento das chamas por causa da queima de produtos como óleo e azeite, além de papel higiênico. O azeite, inclusive, foi o responsável pela geração de fumaça negra mesmo depois de o incêndio ter sido controlado. A queima do produto deixou uma ‘borra' escura por todo o chão, que ficou escorregadio e com textura oleosa. Foram carbonizadas também latas de milho, ervilha, achocolatados e papelão.

INVESTIGAÇÃO

Quando as chamas começaram, três funcionários, sendo dois vigilantes, estavam na empresa, que realiza distribuição de alimentos a supermercados. A Polícia Civil investiga o incidente e irá convocar na semana que vem todos os empregados que estavam no galpão para prestar depoimento. O proprietário, Nelson Batista Filho, 63 anos, ainda não foi ouvido. O empresário sentiu-se mal quando viu o galpão em chamas e precisou de ajuda médica. Não há informação sobre seu estado de saúde. Os dois seguranças que estavam no local são funcionários terceirizados e informaram ao Diário que não podem dar declarações sobre o ocorrido.

A polícia instaurou inquérito para apurar as causas do incêndio. O delegado do 5º Distrito Policial de São Bernardo, Paulo Gilberto Negrão, não acredita em incêndio criminoso e aguarda laudo da perícia. Segundo Negrão, os funcionários relataram, preliminarmente, que as chamas começaram pelo alto do galpão. "Possivelmente foi acidental. Pode ter havido curto na fiação. Mas é preciso esperar o laudo final", disse. Não há prazo para envio do documento à polícia.