Depois da série de sessoes noturnas em que nao conseguiram preparar o acordo sobre um temário para novas negociaçoes, os ministros do Comércio dos 135 países integrantes da OMC discutiam nesta sexta-feira em pequenos grupos.

A representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Charlene Barshefsky, que dirige as sessoes, disse que à noite houve "um progresso bastante significativo" sobre vários temas. Mas, outros membros da OMC advertiram que ainda há muitas questoes a resolver.

O presidente Bill Clinton indignou os representantes de países em desenvolvimento - mais de 100 dos 135 membros da OMC - quando disse que os futuros acordos sobre comércio deveriam incluir regulamentos que protejam os trabalhadores e que os infratores deviam ser punidos.

Os países em desenvolvimento, cujas economias melhoraram devido, em grande medida, à mao-de-obra barata, sustentam que as naçoes ricas só insistem nessa questao porque querem proteger-se de importaçoes baratas.

Depois dos incidentes que marcaram o início da reuniao da OMC, terça-feira, por causa das manifestaçoes contra a política da organizaçao, as ruas do centro de Seattle estao patrulhadas por policiais com equipamento antimotins e a cidade está sob toque de recolher.

Alguns delegados comentaram nesta sexta-feira que a OMC poderia nao alcançar o objetivo de lançar uma futura rodada de negociaçoes, nem mesmo de menor alcance, mas os negociadores americanos se mostraram otimistas, achando que poderao ser resolvidas as grandes diferenças entre as práticas comerciais de distintos países.

A noite, o grupo dedicado à agricultura concluiu seus trabalhos com o rascunho de uma declaraçao sobre a "progressiva eliminaçao de subsídios às exportaçoes", destinada a reconciliar a Uniao Européia com os países agrícolas e os Estados Unidos, que queriam a completa eliminaçao dos subsídios.