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‘100% Caipira’ reúne medalhões
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
25/08/2005 | 08:58
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Há muito tempo se sabe que esse mundão e, mais especificamente, as paradas de sucesso nunca tiveram porteiras fechadas para a música produzida de forma autêntica. O exemplo mais recente é o lançamento do CD 100% Caipira (Indie Records, R$ 25 em média), projeto que reúne 18 medalhões da canção de raiz sertaneja, entre eles o Trio Parada Dura e o cantor Matogrosso.

Como não poderia deixar de ser, a vida rural é o tema que domina o repertório do disco, presente também em DVD homônimo gravado em abril (Indie Records, R$ 45 em média), no Olympia, em São Paulo. "Toda vez que me chamam de caipira / É um carinho que recebo de alguém / É uma prova de que a pessoa me admira / E nem calcula o prazer que a gente tem", cantam Goiano e Paranaense, em Doutor Caipira, música registrada apenas no DVD.

Craveiro e Cravinho jogam tempero no cardápio musical caboclo em Franguinho na Panela. A dupla Liu e Léu, por sua vez, ataca de Jeitão de Caboclo, um dos clássicos de sua carreira, enquanto seus irmãos, Zico e Zeca, interpretam Melhor Laçada. Miguel e Aninha, do Duo Glacial, colocam seus timbres afinados a serviço de O Último dos Carreiros.

Além dos laços familiares, essas duplas partilham o fato de terem vivido o auge de suas trajetórias artísticas nos anos 50 e 60. Em 1967, o Duo Glacial venceu o 1º Festival de Música Sertaneja, promovido pela Rádio Nacional (atual Globo), com a música Poeira, composta por Serafim Colombo Gomes e Luiz Bonam.

Um dos personagens mais celebrados no projeto é Dino Franco, influente compositor do gênero. Além de citado pelos outros intérpretes do encontro – a dupla César e Paulinho canta Amargurado, composição de Franco escrita em parceria com Tião Carreiro – o homenageado se encarrega de reviver, junto ao cantor Mouraí, a moda Caboclo na Cidade, escrita por ele e por Nhô Chico.

Outros destaques são as parábolas matutas que dão colorido especial a 100% Caipira, produzido por Rodrigo Teodoro, Lincoln Alves e Nilton Souto. Elas estão presentes, por exemplo, em Santa Luzia, "causo" contado por Caim e Abel que é sobre um jovem que se apaixona por uma santa. Também são aproveitadas por Teodoro e Sampaio, em Água no Leite, e servem de referência para Valderi e Mizael em Olho de Vidro, outra exclusiva do repertório do DVD, que evoca os dramas da Segunda Guerra.




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