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Diário completa 52 anos
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
11/05/2010 | 07:50
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Quando Edson Danillo Dotto, Fausto Polesi, Maury de Campos Dotto e Angelo Puga lançaram a primeira edição do News Seller no Dia das Mães, em 11 de maio de 1958, em Santo André, com tiragem de 15 mil exemplares, já esperavam alcançar o sucesso. Porém, o jornal se tornou mais do que um simples veículo de comunicação. Em sua 14.320ª edição, o Diário completa 52 anos hoje com 1,6 milhão de leitores semanais e virou o porta-voz do Grande ABC.

"O documento mais valioso que eu tenho é um guardanapo de papel. Eu estava no salão do Palácio Mauá, com minha então namorada - hoje mulher - desenhando para ela, no guardanapo, o projeto do jornal. (...) A gente já imaginava o que seria", dizia Edson Danillo Dotto.

Morto em 1997 vítima de um tumor, Dotto era publicitário quando teve a ideia de fundar um periodico. "A gente olhava o jornal não na metade do caminho, mas na frente. Nós imaginávamos o jornal com sede própria, com os políticos reconhecendo o seu valor, cheio de anúncios, a sociedade aplaudindo o jornal", declarou o fundador.

O primeiro exemplar do News Seller saiu, em 26 de outubro de 1957, em alguns bairros da Zona Leste da Capital, em edição quinzenal. Depois, passou a ser semanal. Mas, o jornal que era feito por 12 amigos durou cerca de oito meses por não se pagar. Meses depois, quatro deles realizaram pesquisa de mercado e concluíram que Santo André oferecia as melhores condições para o lançamento de um novo jornal. Juntamente com São Bernardo e São Caetano formava o Triângulo das Indústrias, onde multinacionais e indústrias mecânicas se estabeleciam.

Na ocasião, a população da região, formada então por cinco cidades, era de 400 mil habitantes. Diadema e Rio Grande da Serra eram distritos. Atualmente, são cerca de 2,6 milhões os moradores do Grande ABC, e a tiragem do jornal chega a 48 mil, aos domingos, com 58% de leitores exclusivos. Por trás das mais de 60 páginas de jornal, há cerca de 400 profissionais envolvidos.

Ex-jornalista foi colunista social ‘engajada'

Era 1961 quando a professora Maria Rolim, com então 20 anos, começou a trabalhar para o News Seller como colunista. Acostumada à vida cultural de sua cidade natal, Piracicaba, de onde havia acabado de chegar, Marina estava em busca de novas experiências culturais.

"Logo que entrei fui convidada a fazer a coluna social. E só aceitei porque tive liberdade para falar de pessoas que fossem engajadas e tivessem um protagonismo na vida social das cidades", lembrou Marina, formada em pedagogia.

Além de colunista, Marina escrevia crônicas e reportagens, sempre relacionadas a cultura. "Me lembro de quando o pianista João Carlos Martins veio fazer concerto no Sindicato dos Metalúrgicos e parou de tocar por causa do barulho da plateia, formada pela sociedade da época", contou a e-jornalista, que atuou no Diário até 1965. Anos depois, retomou a carreira de professora e se aposentou como diretora da rede estadual de ensino. Atualmente, se dedica à poesia e já ganhou 22 prêmios por sua obra.

Festa de gala marcou os 50 anos do jornal

Há dois anos, quando o Diário comemorou seu cinquentenário, todos os personagens que ajudaram a construir a história do jornal se reuniram em noite de gala, no salão principal do Aramaçan, em Santo André.

Entre as cerca de 1.000 pessoas presentes, estava Fausto Polesi, um dos fundadores do jornal, o único nascido em Santo André. Ao discursar para a plateia, foi aplaudido de pé por todos.

"Estou aqui feliz da vida. Primeiramente, pelo orgulho de ter participado e dado tudo o que a gente tinha para fazer a coisa funcionar", disse emocionado o ex-diretor de Redação, que é tido como o maior editorialista que o veículo já teve. Entre os colegas, Polesi foi apelidado de Lápis Azul, por causa de sua rigorosa correção nas páginas.

"É um jornal que marcou época. Fazemos parte desta história", declarou o ex-editor de Esportes Octavio de Oliveira, munido de fotos da década de 1960. O repórter Edélcio Cândido, da mesma editoria, que trabalhou por 40 anos no periodico, também marcou presença: "Fiz minha vida no jornal e sinto orgulho disso. Até hoje considero o Diário a minha casa."

Ganhadores do prêmio Esso regional de 1976, os jornalistas Ademir Medici e Edison Motta, estavam entre os convidados.




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