Ao marcar com oportunismo o segundo gol do Santo André contra o Santos no empate por 2 a 2, sábado à tarde, no estádio Bruno Daniel, na abertura do Campeonato Paulista, o júnior Nunes foi simplesmente o grande herói do dia do Ramalhão. Pela manhã, no Pacaembu, depois do 2 a 2, Nunes bateu o último pênalti (5 a 3) que garantiu diante do Palmeiras o título inédito da Copa São Paulo de Juniores, além de ter sofrido o pênalti no tempo regulamentar que deu o empate por 2 a 2. À tarde, entrou no segundo tempo no lugar de Diego, sem tomar conhecimento do estádio lotado, e se consagrou com gol importante que calou a torcida santista.

Apesar de toda a ridícula confusão que envolveu as emissoras SBT e Rede Globo pela transmissão exclusiva ao vivo da partida, o jogo agradou. Mesmo com o campo pesado devido à chuva fina, os dois times conseguiram levar o torcedor ao delírio no decorrer dos 90 minutos. “Creio que fizemos uma boa partida. Ainda é início de trabalho, temos algumas peças para acertar, mas empatar com o Santos, que vem de um título nacional, é um belo resultado”, disse o técnico Luiz Carlos Ferreira ao deixar o campo.

Empurrado pela maioria absoluta da torcida, o Santos deu impressão de que arrasaria o Santo André. Tanto que aos oito minutos Ricardo Oliveira recebeu pênalti de Diego, e bateu para fazer 1 a 0. Aos 14, Aílton quase empatou. Mas a preocupação de Ferreira era bloquear os arranques do meio-campo santista, com Diego, Renato, Robinho e Ricardo Oliveira. O Santos dava trabalho, Diego jogava mais livre e, por alguns minutos, o Santo André se viu algo perdido, mas saía rápido com o peão Aílton, referência para armar as jogadas ofensivas para Wesley Brasília e Romerito. Mesmo com alguns jogadores nervosos, aos poucos o Santo André se achou em campo, mas desperdiçou algumas bolas pelo meio com má distribuição. Apenas Romerito era o mais perigoso, mas sem imaginação para buscar a grande área.

Outro time – Depois de longo intervalo, provocado pelos entraves entre SBT e Globo, o Santo André voltou mais dinâmico e agressivo no segundo tempo. A entrada de Edvaldo no lugar de Dedimar deu mais mobilidade ao time pelo meio e mais espaços para trabalhar as jogadas. Assim, aos quatro minutos, Edvaldo aproveitou interessante jogada de Romerito, pela esquerda, e empatou – 1 a 1. Aos 10, por pouco Elano não empatou, em lance brilhante de Robinho. Mas a alegria do Santo André durou pouco porque, aos oito, Robinho desceu em velocidade, invadiu a área e bateu. O goleiro defendeu parcialmente e Elano não desperdiçou a chance – 2 a 1.

Porém, bem postado no meio-campo, o Santo André acuou o Santos, partiu para as triangulações e, aos 28, chegou ao empate. Nunes teve êxito na primeira bola que pegou de jeito. Após dividida entre Aílton e Fábio Costa, a bola espirrou e Nunes (bem colocado) tocou a bola para as redes e decretou o empate.

A partir daí, o Santo André se recolheu um pouco mais e passou a trocar bolas e apenas sair nos contragolpes. Afinal, o resultado era favorável para uma estréia contra um campeão brasileiro.