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Os gays veneram Sao Sebastiao desde a Idade Média, informou nesta quarta-feira o presidente do GGB, escritor Luiz Mott. Segundo ele a biografia do santo relata que Sebastiao era o soldado romano preferido do Imperador Diocleciano (século 3) apontado por historiadores como um dos governantes homossexuais de Roma. O martírio de Sao Sebastiao teria sido pelo fato dele ter acabado o "caso" com Diocleciano, depois de ter se convertido ao cristianismo. A suposta expressao efeminada do santo nos quadros e esculturas ao longo dos séculos, teria reforçado, na visao de Mott, a transformaçao do santo numa especie de ícone gay.
Sobre a escolha do Mosteiro de Sao Bento, como santuário gay, Mott recorre novamente à história para justificar. "Foi a primeira igreja consagrada no Brasil Colonial em homenagem a Sao Sebastiao e abrigou ao longo dos anos vários homossexuais", disse, informando ter pesquisado o assunto na Torre do Tombo, de Lisboa, onde está o maior acervo sobre a Inquisiçao Portuguesa no Brasil.
"Tenho cópias de vários documentos e processos de monges sodomitas, perseguidos pela Inqusiçao", disse, contando que o mais famoso beneditino gay teria sido o poeta Junqueira Freire, autor de um poema com o sugestivo nome "A um moçoilo", onde confessa sua paixao por um rapaz. Mott também dispoe de farto material do último século sobre supostas práticas homossexuais entre beneditinos de Salvador e Olinda. Representantes do GGB participam da missa das 18 h de quinta, no Mosteiro de Sao Bento, cerimônia que vao interpretar como a celebraçao solene da proclamaçao de Sao Sebastiao como patrono dos homossexuais.
Essa tentativa de aproximaçao do GGB da Igreja nao é provocaçao, garante Mott. A intençao seria chamar a atençao das autoridades religiosas para o fato de que há muitos homossexuais católicos que continuam fiéis à Igreja e desejam ser acolhidos por ela. A entidade vai pedir ao arcebispo de Salvador, dom Geraldo Majella, que a Cúria crie uma pastoral gay, como existe em Campinas(SP), para que esse segmento social seja assistido pela Igreja.
Os gays baianos agora estao procurando uma patrona. A mais forte candidata é Mária Quitéria, heroína da Independência da Bahia, integrante do exército popular que expulsou as últimas tropas portuguesas aquarteladas na Bahia, após a Independência do Brasil. A presidente do Grupo Lésbico da Bahia, Jane Pantel, revelou estar pesquisando a vida de Mária Quitéria e já tem certeza que ela foi um travesti. "Era apelidada de soldado Medeiros", disse. "Mas ainda nao temos evidência é se ela praticou o lesbianismo."
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