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Trecho Sul do Ferroanel está previsto para o final de 2010
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
21/09/2008 | 07:23
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O Trecho Sul do Ferroanel tem prazo para começar a operar até final de 2010. O governo do Estado sinalizou interesse em entregar a obra em dois anos e negocia com a União para viabilizar parte do anel ferroviário orçado em R$ 800 milhões.

Este tramo passará pelo Grande ABC e terá uma ligação direta em Rio Grande da Serra, fazendo com que os trens de carga com destino ao Litoral deixem de passar pela linha que corta a região.

O Ferroanel é a versão férrea do Rodoanel. A idéia é desafogar o sistema de transporte sobre trilhos que hoje é compartilhado tanto para movimentação de cargas como de passageiros.

O Ferroanel Sul, inclusive, acompanhará parte do traçado do anel viário por cerca de 56 quilômetros e será estratégico sobretudo para a movimentação de mercadorias entre o Porto de Santos e a Capital.

Sem os cargueiros, o plano de modernização e expansão dos trens urbanos implementado pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também ganhará força.

Em reunião realizada há dez dias em Brasília, os governos federal e do Estado chegaram em um consenso para dar prioridade à construção do Trecho Sul do Ferroanel em detrimento do tramo Norte que, inclusive, estava previsto no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do setor ferroviário.

"Como estamos andando muito rápido com o Rodoanel e entendemos que o Ferroanel Sul seria mais fácil de ser viabilizado, fizemos a proposta (à União), com o compromisso do Estado em participar financeiramente da obra", afirmou o secretário de Transportes do Estado, Mauro Arce.

Divisão de linhas - Apesar de cortar a região, o Ferroanel Sul não deve sanar completamente o conflito entre trens urbanos e de cargas na linha 10, que liga as estações Luz e Rio Grande da Serra e atende o Grande ABC.

"As cargas que circulam hoje na linha 10 vão para a Lapa (São Paulo), Jundiaí e Campinas fazem o movimento Norte-Sul. O Ferroanel Sul facilita o movimento Leste-Oeste", explica o assessor da diretoria de planejamento da CPTM, Luiz Carlos Bergamasco.

Assim, a maior parte dos benefícios do anel ferroviário seria sentida pelos usuários das linhas 8 e 12, nas regiões de Osasco e Zona Leste de São Paulo, respectivamente.

O que aliviaria o tráfego de trens de carga pelas estações da região seria justamente a porção do Ferroanel mais controversa e que não prosperou: o tramo Norte. A MRS Logística - empresa do setor de transporte de carga ferroviário - propôs a construção do trecho ao governo federal, porém, a idéia não vingou.

No início das negociações, a estimativa era de que a obra consumisse cerca de R$ 1 bilhão. A companhia teria buscado financiamentos que empacaram devido ao custo elevado do projeto.

Contudo, o preço da obra tem sua razão: o trecho Norte é o único na planta do Ferroanel em que não se aproveita nenhum ramal de trilho, pelo simples fato de não haver malha ferroviária alguma entre a estação de Manuel Feio (região de Mogi das Cruzes) e Mairinque - início e final dessa parte do anel ferroviário.

Em contrapartida, no Trecho Sul alguns trilhos já existem e seriam incorporados ao projeto. O Oeste funciona por completo atualmente embora subutilizado justamente pela falta de integração com os demais tramos.

Não bastasse o custo do Ferroanel Norte, há ainda a polêmica dos impactos ambientais considerados demasiadamente negativos por conta da passagem da obra pela Serra da Cantareira, de onde vem a maior parte da água da Capital.

A MRS foi procurada, mas de acordo com a assessoria de imprensa da empresa, os porta-vozes não poderiam se pronunciar.




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