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Estudo revela falta de informação sobre novas tecnologias
Da Agência EFE
04/12/2003 | 13:55
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Um estudo realizado por especialistas da União Internacional de Telecomunicações (UIT), divulgado nesta quinta-feira, em Genebra, destaca a falta de informação precisa e de estatísticas sobre o impacto das novas tecnologias.

"O mundo ainda está longe de um acordo comum e amplo sobre o conjunto de indicadores de acesso à sociedade da informação", afirma a UIT em suas conclusões no relatório divulgado uma semana antes da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que acontecerá entre os dias 10 e 12 de dezembro.

O principal autor do documento, o especialista da UIT Michael Minges, indicou a ausência de critérios comuns para o cálculo da abrangência da telefonia celular e da banda larga, como são chamadas as conexões em alta velocidade na internet, nos países industrializados. Minges destacou que as estatísticas nacionais na Europa mostram que o acesso da população à internet é em média 13% inferior às publicadas pelos estudos de mercado.

Nesse sentido, disse que na Espanha, por exemplo, foram realizados pelo menos seis estudos sobre o impacto da internet que concluem que 50% da população têm acesso à rede, ao passo que outro mostra que a proporção real é de apenas 19%.

O estudo, que compara dados de 140 países, foi elaborado por especialistas da UIT com o objetivo de avaliar a defasagem tecnológica existente entre países ricos e pobres. Nesse sentido, Minges contou que nos 59 países mais pobres "não existe nenhuma pesquisa oficial" para determinar o impacto das tecnologias.

Segundo o autor do relatório, os países ricos, que reúnem 16% da população mundial, concentram 70% dos internautas, enquanto 40% dos habitantes mais pobres do mundo reúnem apenas 5% do total de usuários.

Essa defasagem, conhecida como brecha digital, é um dos temas que serão analisados na próxima semana em Genebra pelos chefes de Estados e de Governo de vários países na Cúpula da Sociedade da Informação. Minges relatou que as pesquisas efetuadas em alguns países latino-americanos, entre eles o México, onde um recente estudo mostra que o número de usuários da internet dobrou, "sugere que talvez a brecha digital não seja tão ampla em alguns lugares".

No entanto, Minges reconheceu que o impacto das novas tecnologias ocorre nos países em desenvolvimento, sobretudo entre pessoas jovens, com elevado poder aquisitivo e estudo.




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