Economia Titulo Mercado imobiliário
Valor do imóvel
supera inflação

Pelo 3º mês seguido, preço do metro quadrado
em São Bernardo e Santo André tem alta real

Leone Farias
05/11/2014 | 07:10
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Nario Barbosa/DGABC


Pelo terceiro mês seguido, Santo André e São Bernardo tiveram altas reais (acima da inflação) no custo do metro quadrado do imóvel, de acordo com o Índice FipeZap, pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em parceria com o portal Zap Imóveis. O levantamento, que é realizado nas três principais cidades do Grande ABC e se refere a apartamentos novos e usados anunciados na internet, mostrou, para esses dois municípios, ritmo menos intenso de reajuste em relação ao verificado em setembro.

Em Santo André, o m² anunciado subiu 0,86% e sai hoje, em média, por R$ 4.856. Em São Bernardo, a alta foi de 0,61% (o valor passou a R$ 4.606), enquanto a taxa inflacionária estimada para o mês é de 0,50%. No levantamento ampliado, abrangendo 20 grandes cidades brasileiras (entre as quais diversas capitais de Estados e as três cidades da região), o aumento médio foi de 0,45%.

Considerando os reajustes ao longo deste ano, a elevação em âmbito nacional ficou em 5,88%, ligeiramente abaixo da variação observada em imóveis são-bernardenses (6,86%) e andreenses (6,74%) e acima do percentual de São Caetano (5,02%) — que, por sua vez, perdeu para a taxa inflacionária projetada (5,13%) em 2014 até outubro, mas tem o m² mais caro da região (R$ 5.514). Para o coordenador da pesquisa, o economista Eduardo Zylberstayn, pelos números do acumulado do ano, há tendência de desaceleração nos preços por causa do menor crescimento da renda da população e por condições de crédito menos favoráveis.

O número de lançamentos, neste ano, caiu no País mas ainda vem em alta na região. De acordo com dados da Acigabc (Associação das Construtoras, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), houve expansão de 163% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2013.

Segundo o delegado regional do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), Alvarino Lemes, após a Copa do Mundo, a demanda, que estava parada, teve melhora nos meses seguintes em Santo André e São Bernardo. Ele acrescenta que há também movimento de migração de moradores da Capital para a região, motivada, por exemplo, por projetos de infraestrutura (de novas estações ferroviárias e de linhas de Metrô).

No entanto, preços altos dos imóveis não devem se sustentar, porque não encontram quem esteja disposto a pagar, sem que haja negociação de valores, avalia o empresário do ramo Miguel Colicchio Neto, conhecido como Guta. Ele exemplifica: “Um imóvel que há um ano valia R$ 1 milhão, hoje não tem comprador por R$ 800 mil”. Isso, segundo ele, cria oportunidades de bons negócios para quem está interessado em adquirir.

Guta acrescenta que, na medida em que a região absorver os lançamentos, a distância entre o preço pedido e o que as pessoas aceitam pagar deve se reduzir. “Não dá para falar em valorização. O mercado está relativamente parado neste ano”, cita. Lemes avalia que a perspectiva para 2015 é de estabilização nos preços, já que, com o temor de perda de empregos, as pessoas estão mais cautelosas para adquirir imóveis e os proprietários serão obrigados a rever para baixo os valores para conseguir efetivar negócios. 




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