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Chacina deixa três mortos em favela de Diadema
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
17/07/2001 | 22:00
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O auxiliar de produção Douglas Pereira da Silva, 27 anos, o ajudante Fabiano Souza, 26, e o funileiro Wellington Gomes de Lima, 18, foram mortos a tiros na avenida Ulysses Guimarães, na favela do Buraco Quente, na Vila Nova Conceição, em Diadema. Os corpos foram encontrados enfileirados na frente de uma casa. A chacina aconteceu por volta das 23h de segunda-feira e é a sétima registrada no Grande ABC neste ano, totalizando 25 mortes.

O pedreiro João Batista de Sena, 32 anos, que estava com o grupo de amigos, também foi baleado, mas sobreviveu. Ele foi internado no Hospital Público de Diadema e passou por várias cirurgias para a retirada das balas. Até esta terça à noite estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em estado grave. Silva e Souza ainda foram socorridos por policiais e levados ao Pronto-Socorro Municipal, onde morreram. Lima morreu no Hospital Público de Diadema.

Segundo moradores da favela do Buraco Quente, Souza e Lima teriam envolvimento com traficantes locais, o que teria provocado o crime. “Eles não vendiam drogas, mas eram usuários. O lugar onde morreram é ponto de encontro de drogados”, disse uma moradora, que não se identificou.

Os corpos foram encontrados sob a cobertura de uma casa, ao lado de um bar, que estava fechado no momento do crime. A aproximadamente dez metros do local, uma escadaria com mais de 500 degraus é conhecida pela população local como ponto de tráfico de drogas.

Souza e Lima tinham passagem pela polícia e deveriam ser os alvos dos atiradores. Os outros dois foram baleados provavelmente apenas como queima de arquivo.

A mãe de Silva, a dona de casa Norma de Jesus Pereira, 49 anos, disse que o filho havia saído de casa às 22h30, depois de ser chamado por Lima. “Uma hora depois, ouvi uma rajada de tiros. Saí com meu filho menor para ver se tinha acontecido alguma coisa com Douglas (Silva) e vi o corpo dele, ao lado dos outros. Parecia execução.”

No IML (Instituto Médico Legal) de Diadema, Norma recebeu a visita do ex-prefeito Gilson Menezes, que estava indo ao velório de um tio, que havia morrido no noite anterior. Norma foi cabo eleitoral do político.




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