Casada, com filhos, religião e de todas as classes sociais. Esse é o perfil da mulher que aborta no Brasil, segundo pesquisada divulgada no dia 31 de maio, da Universidade de Brasília, em parceria com o Instituto Bioética e o Fundo Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.
Elas representam 15% da população feminina no País, entre 18 e 49 anos. Ou seja, das 35,6 milhões de brasileiras, 5,3 milhões já realizaram pelo menos uma interrupção de gravidez. E em 55% dos casos houve a necessidade de internação hospitalar. Das 2.002 entrevistadas pelos pesquisadores, da Agência Ibope de Inteligência, 64% são casadas e 81% são mães. Com relação ao poder aquisitivo, 23% delas ganham até um salário mínimo, 31% de um a dois e 35% de dois a cinco. As demais (11%) recebem mais de cinco mínimos.
"Não tem classe social. É uma questão inerente à mulher e deve ser encarada como realidade e não mais como um tabu", declarou a socióloga Camila Furchi, da SOF (Sempreviva Organização Feminista).
A América Latina é a região onde há mais restrições para o aborto induzido. No Brasil, esse procedimento é crime com pena prevista de um a quatro anos. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 21% das mortes relacionadas com gravidez, parto e pós-parto, nos países latinos, têm como causa as complicações de aborto inseguro.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.