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Paulo Forte minimiza acusações e afirma ter consciência tranquila

Médico do S.Caetano ressalta que cardiologistas não recomendaram ao ex-jogador que parasse de atuar por causa do problema cardíaco

Thiago Bassan
27/10/2014 | 07:17
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De consciência tranquila. É desta maneira que Paulo Forte, médico do São Caetano no dia da morte do ex-zagueiro Serginho e até hoje no clube, diz se encontrar dez anos depois. Punido com quatro anos de suspensão das atividades esportivas pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o médico cumpriu menos de dois anos e ressalta que não teve culpa no incidente.

Paulo Forte recebeu o Diário em seu apartamento no bairro Barcelona, em São Caetano, e mostrou diversos documentos alegando a inocência. Um deles tratava de nota oficial emitida pelo Incor (Instituto do Coração) afirmando que os exames médicos realizados no local em fevereiro de 2004 não constataram a doença hipertrófica que vitimou o ex-jogador.

Outro documento apresenta contradições. Dois médicos do hospital afirmam que, no mesmo mês, Serginho desmaiou enquanto realizava exames cardiológicos, o que foi desmentido por dois jogadores do Azulão que realizaram exames no mesmo dia que o ex-companheiro, casos do zagueiro Thiago Martinelli e do lateral-esquerdo Gilberto.

Forte afirma que continua trabalhando no futebol com a consciência de que não teve culpa na morte do ex-defensor. “Sigo trabalhando com a consciência tranquila. O episódio com o Serginho magoou por causa de críticas injustas. Mas nada me abalou em função da minha consciência. Fiz o melhor, tanto para o Serginho como para outros jogadores”, salienta.

Forte não demonstrou preocupação ao falar sobre as acusações de ex-profissionais do clube de que pessoas no São Caetano tinham conhecimento sobre o problema grave de Serginho. “Administro da melhor maneira essas opiniões de pessoas que têm outros interesses. Não em falar a verdade, mas em atacar a agremiação. São pessoas que têm desavenças, saíram magoadas e usam coisas deste tipo para prejudicar. Mas isso não mexe comigo. Estou com a verdade. Não preciso me defender de nada”, comenta.

Paulo Forte também explicou que a doença causadora da morte de Serginho foi a cardiomiopatia hipertrófica, que consiste no aumento do tamanho do coração, e isso não tinha ligação com a arritmia demosntrada em exames no início daquele ano.

“A arritmia não tinha significado clínico. Em momento algum os cardiologistas o proibiram de jogar futebol. Disseram ao Serginho que era uma alteração típica de coração de atleta. A cardiomiopatia hipertrófica foi detectada apenas no exame de necropsia. No início do ano (fevereiro), ele estava normal, mas no decorrer da temporada desenvolveu essa doença”, finaliza Forte.    




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