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Com George Clooney, 'Amor sem Escalas' revê modo de vida atual
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
22/01/2010 | 07:00
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A conciliação entre a vida pessoal e profissional é um dos principais problemas de diversas pessoas. Mas isso não faz parte do cotidiano de George Clooney em seu novo filme "Amor Sem Escalas", que estreia hoje nas salas do Grande ABC e em todo o País.

Ele interpreta Ryan Bingham, funcionário de empresa que é contratada por outras companhias para demitir seus trabalhadores. O fardo cai nas mãos do bem-sucedido executivo, obrigando-o a voar mais de 300 dias ao ano por todo os Estados Unidos. A rotina parece cansativa, mas Bingham adora seu estilo de vida regado a diversas pontes aéreas, passagem por aeroportos e noites em belos hotéis. Seus dias longe de casa fazem com que mal tenha contato com suas duas irmãs, mas isso não faz grande diferença para ele, que está mais interessado em se divertir com a sedutora Alex (Vera Farmiga), também com cotidiano bem agitado.

A crise financeira que assusta o mundo parece ser um prato cheio para sua empresa, mas ela decide economizar nas viagens e investir no processo de demissão por videoconferência. A ideia da jovem Natalie (Anna Kendrick) faz com que as adoradas viagens de Bingham corram risco. Argumentando que seu trabalho é pessoal demais para ser feito por meio de computadores, ele embarca em missão com a novata para mostrar-lhe sua ‘arte'.

A direção é assinada pelo jovem Jason Reitman, conhecido pela recente produção cult Juno (2007). Ao lado de Sheldon Turner, ele também é responsável pelo interessante roteiro, que traz inteligentes piadas e frases de efeito, principalmente na observação do protagonista sobre objetos e personagens típicos de aeroportos, além de ácidos comentários sobre o amor - ou a inexistência dele. O trabalho rendeu à dupla o Globo de Ouro deste ano de melhor roteiro.

Outro destaque é a performance individual de Clooney, que cada vez mais firma-se como um dos principais atores de Hollywood. Após vê-lo em cena, fica difícil imaginar outra pessoa no papel. Ele consegue fazer do personagem uma espécie de robô, com atitudes automatizadas (como a simples arrumação de sua mala). Mas também lhe dá humanidade o bastante para que lembre que a vida no solo também é muito boa.

Um ponto interessante é o momento no qual confessa à sua aprendiz que seu grande objetivo é conquistar o total de 10 milhões de milhas como passageiro. A sutileza da meta funciona como uma maneira de manter todas as outras coisas em segundo plano e o faz olhar apenas em frente, como um cavalo de corridas. À vontade no filme, Clooney recebeu indicação ao Globo de Ouro de melhor ator de drama.

O papel também deve render-lhe espaço entre os concorrentes como melhor ator no Oscar deste ano, que provavelmente dará chance ao drama nos prêmios de melhor roteiro e melhor filme.




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