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Ato protesta contra
o corte de figueira
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
20/04/2011 | 07:16
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Ambientalistas e usuários do Parque Celso Daniel, em Santo André, fizeram ontem manifestação em defesa da centenária figueira do local. Na quinta-feira, um galho da árvore caiu sobre a aposentada Leda da Silva Maubrigades, 68 anos, que morreu na hora. Os participantes do movimento alegam que, antes de ser tomada qualquer medida em relação à figueira, devem ser apresentados laudos técnicos que respaldem a decisão. Em 2007, outras três pessoas ficaram feridas na queda de parte do tronco da mesma árvore.

Para um dos organizadores do ato, o sociólogo Alan Ferreira, 34 anos, a discussão sobre a árvore foi politizada. "O pessoal da Prefeitura alega que o acidente ocorreu porque, nos últimos 16 anos, nenhuma medida de precaução foi tomada. Se formos levar por esse lado, devemos culpar João Ramalho, que foi um dos fundadores da cidade", ironizou.

Ferreira adiantou que, caso o DPAV (Departamento de Parques e Áreas Verdes) apresente laudo recomendando a derrubada, o grupo solicitará perícia paralela. "O DPAV sinalizou que quer remover a árvore. Se vierem fazer isso sem laudos confiáveis, não vamos deixar que derrubem", garantiu.

A engenheira ambiental Lisandra Jacomini, 33, questionou o posicionamento do diretor do departamento, Valdemar Campeão Júnior, que afirmou que a causa da queda do galho foi a presença de fungos. "A Prefeitura não tem equipamentos necessários para dizer se a árvore tem fungo ou não. Além disso, dependendo do fungo e do grau de intensidade do problema, existem tratamentos que podem impedir a retirada", explicou. Na opinião dela, a derrubada só será justificável se "não tiver o que fazer". "E, ainda assim, a Prefeitura deve apresentar um projeto para compensação."

Ela comparou o eventual corte com o sacrifício de doentes em estado terminal. "Se tiver alguém doente, a pessoa não será morta por causa disso", concluiu.

Já o presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida), Virgílio Alcides de Farias, culpa a má gestão da política ambiental nos parques da cidade. "Se tinha risco, porque deixaram a área liberada? O problema não é só aqui. A Prefeitura deve fazer um estudo geral, em todas as árvores da cidade", sugeriu.

PATRIMÔNIO
Na segunda-feira, o Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André) afirmou que só autorizará a derrubada da árvore - que é um patrimônio tombado - após apresentação de laudos que devem ser encomendados pelo DPAV.




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