Estudantes da Fapan/Uniesp (Universidade do Estado de São Paulo), em São Bernardo, estão sem aulas desde segunda-feira. Isso porque a instituição segue sem espaço para ministrar as atividades depois que o Colégio COC, locatário de salas alugadas, no Centro, reivindicou o imóvel.

Os cerca de 150 alunos do curso de Direito da instituição de ensino foram surpreendidos com cartaz em papel sulfite informando que as atividades estavam suspensas por motivo de força maior, sem especificações. Além disso, seguranças do Colégio COC se posicionaram em frente à porta, segundo os estudantes, para impedir a passagem.

“A notícia que corre é a de que fomos despejados, mas ficamos sem informação nenhuma”, afirma o aluno do 6º ano do curso de Direito, Marcelo Mantovani Peres, 44 anos. Segundo ele, o episódio causou desapontamento ainda maior nos alunos. “Desde que a Fapan foi comprada pela Uniesp, há dois anos, caiu a qualidade do ensino”, considera. Para o estudante, o MEC (Ministério da Educação) deveria fiscalizar melhor as instituições para evitar este tipo de problema.

De acordo com os alunos, o problema de falta de espaço adequado para as aulas se estende desde 2012, quando a Fapan foi incorporada pela Uniesp. Com a expansão do número de matriculados, a instituição passou a dividir as turmas entre prédios alugados no entorno de sua base, na Avenida Francisco Prestes Maia, 116.

O estudante João Henrique Medici, 38, comenta que o grupo estava recebendo aulas no prédio do COC há cerca de um mês e meio. Antes disso, as turmas ocupavam prédio nas proximidades com condições consideradas inadequadas. “É um espaço apertado, ruim para ter aula”, diz.

A jovem Amanda Cunha Martins da Silva, 24, considera um absurdo os estudantes perderem aula por um problema da instituição de ensino. “Estamos pagando a mensalidade e a faculdade não está revertendo o investimento em serviços”, reclama.

Por meio de nota, a Uniesp informou que devido ao crescimento da unidade de ensino instalada em São Bernardo, esta passou a utilizar salas de aula para cinco turmas no Colégio COC. No entanto, a escola decidiu reaver os espaços.

Por este motivo, a instituição de Ensino Superior está em negociação para salvaguardar os alunos. A Uniesp destacou ainda que lamenta que este contratempo tenha resultado em transtorno e que os estudantes não serão prejudicados, já que todo o conteúdo que seria transmitido nestes dias será reposto.

A instituição diz já ter informado aos graduandos que está se empenhando para que até a próxima semana tudo esteja solucionado.

Procurado, o Colégio COC destacou que a suspensão das aulas é de responsabilidade da Uniesp e que apenas cumpriram determinação da faculdade em não permitir a entrada dos estudantes.