Economia Titulo Crise
Montadoras reduzem
emprego no 8º mês seguido

Setor automobilístico conta com 128 mil postos, 6%
menos que há um ano, quando havia 136,5 mil vagas

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
07/10/2014 | 07:24
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Celso Luiz/DGABC


Para se ajustarem ao fraco ritmo de vendas e aos altos estoques de carros, as montadoras diminuíram, pelo oitavo mês seguido, o nível de emprego, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O setor conta com 128.240 empregos no País, 0,4% menos que em agosto (quase 500 vagas fechadas) e com contingente 6% menor do que no nono mês de 2013 (quando havia 136.466 trabalhadores nessa indústria, cerca de 8.000 a mais do que hoje).

As fabricantes seguem no patamar mais baixo desde maio de 2012 (quando empregavam 127.139 pessoas), como resultado de PDVs (Programas de Demissão Voluntária) abertos neste ano, por exemplo, pela Volkswagen, Mercedes-Benz e pela General Motors na região.

O setor até reagiu nas vendas em setembro, com alta de 8,7% em relação a agosto, com 296,3 mil unidades (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) licenciadas. No entanto, havia a expectativa de que o mercado fosse ainda melhor. Por esse fator, e também por lançamentos realizados pelas fabricantes, a produção cresceu ainda mais (13,7%), superando, pela primeira vez no ano, a marca de 300 mil unidades fabricadas no mês. Com isso, os estoques continuaram elevados. O volume parado nos pátios e nas lojas (404 mil unidades) corresponde agora a 41 dias, tempo necessário para a comercialização pelo ritmo atual de vendas. Em agosto, eram 42 dias, embora a quantidade fosse menor (385,7 mil).

Apesar desses números e de os licenciamentos de veículos zero registrarem queda de 9,1% neste ano até setembro ante mesmo período de 2013, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, acredita em reação no segundo semestre. A projeção da entidade é de que o setor fechará 2014 com queda de apenas 5,4% em relação a 2013.

Moan cita que as medidas do governo federal para estimular o financiamento (com a redução do recolhimento compulsório, ou seja, a necessidade de os recursos captados pelos bancos ficarem depositados no Banco Central) só foram regulamentadas no fim de agosto e, por isso, não foram plenamente sentidas. Porém, a associação aponta que a média de vendas de julho a setembro já é 3,9% superior à média do primeiro semestre. “O crescimento já está se concretizando”, disse.
 

Argentina volta a travar importações

Além da demanda retraída no mercado interno, a indústria automobilística brasileira sofre com a crise argentina,principal destino para os veículos fabricados no Brasil.

Nos primeiros nove meses do ano, as montadoras tiveram queda de 38,5% nas vendas ao Exterior em relação ao mesmo período de 2013. O país vizinho colocou, em setembro, novas restrições à entrada de produtos em suas fronteiras, por causa da falta de divisas para pagar pelas importações por empresas de lá. Isso atinge o Grande ABC, que tem mais de 40% de suas vendas ao mercado internacional direcionadas aos nossos hermanos.

Para amenizar a dependência desse mercado, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) busca acordos comerciais automotivos com outros países, como Colômbia, Equador e Uruguai. “Estou virando um caixeiro viajante”, diz o presidente da associação, Luiz Moan.  




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