Setecidades Titulo Internação domiciliar
Paciente deixa de receber alimentação

Raimunda Ramos da Silva teve AVC em 2008 e depende de alimentação por sonda

Thaís Moraes
do Diário do Grande ABC
30/04/2013 | 07:00
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A moradora de Mauá Raimunda Ramos da Silva, 70 anos, sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) em 2008 e, desde então, encontra-se acamada. Ela faz parte do PAD (Programa de Assistência Domiciliar) de Mauá, por meio do qual recebe alimentação por sonda enteral. O problema é que, há quase dois meses, sua filha, a dona de casa Lilian Ramos da Silva, 47, não consegue retirar o kit para a dieta.

Todos os meses, Lilian vai até a UBS (Unidade Básica de Saúde) Vila Assis para retirar oito latas de suplemento alimentar em pó. Porém, desde que foi buscar a alimentação, no início deste mês, foi informada que o kit está em falta e não há previsão de chegada. "Não tenho condições de adquirir a suplementação. Compro legumes, bato no liquidificador, coo e dou para ela. O problema é que essa alimentação não tem a todas as vitaminas de que ela precisa."

A dieta, encontrada na forma líquida ou em pó, possui a mesma quantidade de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais que a alimentação normal. A lata do suplemento em pó custa, em média, R$ 50, e dona Raimunda faz cinco refeições diárias. "São 250 ml por refeição. Uma embalagem não dá para quatro dias. Não temos como comprar, já que ela ganha um salário mínimo de aposentadoria."

Outra reclamação é em relação à interrupção das visitas médicas, que ocorriam mensalmente. A última foi feita em 21 de fevereiro. Já as visitas semanais feitas por uma enfermeira estão paralisadas desde 12 de março.

"Fico revoltada porque minha mãe trabalhou por 31 anos e, agora, quando precisa, não tem retorno. Com essa dieta inadequada ela até emagreceu. Se minha mãe morrer por desnutrição, a culpa será de quem?" questiona Lilian.

A Prefeitura afirmou que há resolução do ano passado que atribui à Secretaria Estadual de Saúde o fornecimento das dietas enterais. A solicitação de Raimunda foi recebida no dia 4, e o prazo para resposta é de um mês.

A administração informou ainda que há 87 pessoas do PAD que recebem dieta enteral, mas não disse quantas estariam sendo prejudicadas. A cidade está em processo de adequação às diretrizes da Estratégia Melhor em Casa, do governo federal.




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