O setor da construção civil no Grande ABC voltou a contratar em março, depois de iniciar o ano cortando postos de trabalho. O saldo de vagas abertas no mês passado (627) quase recupera o número de empregos eliminados em fevereiro (315) e em janeiro (341), de acordo com dados de pesquisa do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo) em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas). A reação já era esperada, já que os dois primeiros meses do ano são normalmente ruins, explica o diretor regional da entidade, Sérgio Ferreira dos Santos.
Com as 627 vagas, as empresas do ramo nos sete municípios, que atualmente contam com cerca de 48,1 mil trabalhadores com carteira assinada em sua base, registraram expansão de 1,32% no nível de emprego. Para o dirigente, no entanto, apesar da melhora, o cenário deve ser de lento crescimento no volume de admissões ao longo do ano, semelhante a ritmo observado nesse levantamento.
Santos avalia que, passado o período de boom imobiliário e de projetos como o Rodoanel, que demandou muita mão de obra na região, há cerca de três anos, a situação agora não é de euforia. "Foi um momento atípico", afirma.
Além disso, há limitadores ao crescimento do número de lançamentos no Grande ABC, entre os quais, a falta de áreas disponíveis e os Planos Diretores Municipais, que estabeleceram restrições a construções, por exemplo, com a redução do coeficiente de aproveitamento do terreno, que dificulta a viabilização econômica de empreendimentos imobiliários.
Esse cenário se dá em meio a alguns fatores favoráveis, como a disposição do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em colocar recursos para o financiamento imobiliário. "Mas isso demora para chegar no mercado, esperamos melhora só no ano que vem", afirma.
NO PAÍS - O nível de emprego na construção civil brasileira cresceu 0,65% em março na comparação com fevereiro, com a criação de 22,4 mil vagas, de acordo com a pesquisa do SindusCon. O número, no entanto, é inferior aos 40,1 mil postos de trabalho gerados no mesmo mês de 2012. Em todo o País, a atividade emprega 3,45 milhões de trabalhadores com registro em carteira.
No Estado de São Paulo, o nível de contratação no setor cresceu 0,77% em março, com a abertura de 6.800 vagas. Atualmente, as empresas paulistas da construção somam 890 mil empregados formais.
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