A saída de Romário representa pouco diante dos últimos 61 anos da história rubro-negra, que estao prestes a desmoronar. O governador Anthony Garotinho vai autorizar, nos próximos dias, o uso comercial do solo, que permitirá a construçao do shopping center no local onde nesta quarta-feira se encontra o velho estádio da Gávea. O Flamengo terá 23% da receita bruta do negócio, ao longo dos 25 anos de arrendamento, o que representa ao clube um faturamento estimado de US$ 187,5 milhoes. ``Tivemos um reuniao com o governador muito proveitosa. O shopping está aprovado', celebra o presidente do clube. Em troca da autorizaçao, o Flamengo oferece ao estado parte das receitas, além de vagas em suas escolinhas para alunos da rede estadual.

Já está em cima da mesa do governador Garotinho o parecer da Procuradoria Geral do Estado favorável a transformaçao do uso do terreno, doado ao clube pela prefeitura do Distrito Federal na década de 30 para fins esportivos. As arquibancadas, a serem demolidas, ficaram prontas em 1938. Desde 95 que o empreendimento está celebrado em contrato, entre o clube e o consórcio Multiplan. Diferentemente do projeto inicial, o shopping terá ênfase no entretenimento e lazer. Haverá cinemas no lugar das lojas de departamento, previstas originalmente. Depois da assinatura do governador, vem a fase da aprovaçao das obras. Os moradores do Leblon prometem resistir, alegando impacto no tráfego.

O consórcio já adiantou US$ 5 milhoes ao clube para a compra de Edmundo, em 95. Até a inauguraçao, nos dois anos de construçao, o Flamengo receberá US$ 300 mil mensais. Ao final dos 25 anos, o clube toma posse do empreendimento. Sao 45 mil metros quadrados, três andares de lojas e outros três de garagem. No alto do prédio, um centro de treinamento e alojamentos. O consórcio deve construir um ginásio para 4,5 mil pessoas na Gávea e aplicar outros US$ 6 milhoes nas obras do Ninho do Urubu.